quinta-feira, 3 de junho de 2010

TEATRO SÃO PEDRO ESTRÉIA SUA ORQUESTRA DE ÓPERA




Cinco anos depois de ser transformado por decreto em espaço dedicado à ópera, o TEATRO SÃO PEDRO, de São Paulo, na Barra Funda, vai ganhar sua própria orquestra. Criada pelo governo do Estado, a sinfônica vai estrear em 9 de junho e será comandada pelo maestro Roberto Duarte, anunciado oficialmente ontem como diretor musical, dividindo os trabalhos com Emiliano Patarra, regente-titular do grupo. Em 2010, R$ 3 milhões serão investidos na orquestra - para as próximas temporadas, a promessa é de um orçamento anual de R$ 6 milhões.

O São Pedro foi definido como espaço dedicado essencialmente à ópera em 2005, pelo então secretário de Cultura João Batista de Andrade. Sem corpos estáveis, no entanto, o teatro dependia, a cada espetáculo, da contratação de uma orquestra convidada, o que aumentava os custos - a produção de 2009 de I Pagliacci, por exemplo, precisou ser realizada com piano e pequeno conjunto de câmara por questões de orçamento. Para a temporada 2010, foram anunciados ontem cinco títulos; o primeiro, em abril, será Tosca, com a Sinfônica da USP. As demais produções já utilizarão a orquestra do próprio teatro.Com o Teatro Municipal fechado para obras, a programação operística de São Paulo neste ano deverá se limitar a essas montagens.

"Estou chegando na casa e ainda tomando pé da situação", diz Duarte. "A temporada para este ano já estava praticamente montada e o desafio agora é formar essa orquestra." Segundo ele, já estão inscritos cerca de 250 candidatos - e o prazo final para inscrições acaba no dia 15 de abril. "Haverá uma primeira triagem a partir de gravações e, em maio, serão realizadas as provas finais, com uma banca de especialistas em cada naipe de instrumentos. O primeiro ensaio está marcado para o dia 1º de junho e, nos dias 9 e 10, faremos o primeiro concerto, para apresentar oficialmente a sinfônica ao público."

Duarte diz já estar pensando na programação de 2011. Com a reforma recém-realizada no fosso, diz, uma orquestra um pouco maior poderá ocupar o teatro. "Serão 55 músicos, o que vai nos permitir montar boa parte do repertório, todo Mozart, por exemplo, praticamente todo o Verdi. Os diretores cênicos terão responsabilidades grandes, afinal não se trata apenas do tamanho da orquestra mas, também, do tamanho do palco, e eles terão que inventar maneiras de aproveitar bem o espaço." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Programação:

Concerto inaugural. Dia 9 de junho. A Orquestra do Teatro São Pedro faz sua estreia em concerto regido por Roberto Duarte e que contará com a soprano Adriane Queiroz, paraense membro do elenco da Ópera de Estatal Berlim, como solista.

Rigoletto. Dia 28 de julho. A ópera de Verdi será a primeira montagem com a participação da nova orquestra. Duarte assina a direção musical e Livia Sabag, a concepção cênica.

Don Pasquale. Dia 24 de agosto. O lendário baixo-barítono italiano Enzo Dara volta a São Paulo para assinar a direção cênica da ópera cômica de Donizetti. A regência será de Vito Clemente.

Norma. Dia 6 de outubro. O cineasta Ugo Giorgetti assina a concepção cênica do drama de Bellini, que terá regência de Emiliana Patarra.

A Viúva Alegre. Dia 1º de dezembro. A temporada lírica será fechada com a famosa opereta de Franz Lehár, com regência de Emiliano Patarra e direção cênica de William Pereira, que já dirigiu Rossini no teatro.

Fonte: Estadão.com/cultura

Veja um trecho de ópera no Teatro São Pedro

Um comentário:

  1. A arte Lírica no Brasil e, particularmente em S.Paulo sempre foi tratada com pouca vontade. Enquanto um Teatro como o Metropolitan de N.York tem uma temporada lírica variada,Indo do Século XVIII ao XX com, pelo menos, 20 títulos. Nós temos que nos contentar sempre com o mesmo! Por que os administradores dos teatros sentem medo de serem mais arrojados? Qual a razão de não dar chance aos compositores brasileiros? Por que temos que nos contentar com tão pouco? Falo de cadeira... É difícil ser Compositor Erudito no nosso pobre país! E pelo visto não mudará tão cedo...
    Michel Scheir

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