A cidade de SÃO PAULO não sabe qual é o número real da população de rua, pois não existe censo oficial do IBGE com esses dados, mas segundo um levantamento da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (FIPE) está entre 13 e 18.000 moradores de rua (ou sem tetos), que são em sua maioria homens (84%) e com idades que variam entre 26 e 55 anos (65%) podendo-se vê-los espalhados pelos canteiros e viadutos da cidade.
Sem a menor cerimônia dormem, defecam, urinam, comem e tem relações sexuais aos olhos dos passantes e esta situação pode ser observada diariamente nas Praças Roosevelt, Sé, Largo do Arouche, Santa Cecília, Viadutos do Minhocão (São João e Amaral Gurgel) e outros locais do Centro.
A maior concentração dos moradores de rua é na região central da cidade, devido às facilidades apresentadas pela localização. As pessoas em situação de rua se abrigam em “mocós”, dormem em calçadas, sob pontes e viadutos, praças, sob marquises em grandes avenidas, cemitérios, e outros locais de pernoite improvisados.
No primeiro censo do FIPE realizado em 2000 foram identificados 8.088 moradores de rua, no segundo, em 2003, já eram 10.399 pessoas e a cada ano esses números aumentam assustadoramente, porque não se faz nada para sanar esse problema social.
Veja vídeo com Jornal da Gazeta - Repórter: Carla Rodeiro
Cresce o número de moradores de rua na cidade de São Paulo. Hoje, são mais de 13 mil pessoas nas calçadas ou debaixo de viadutos. Os dados são de um censo da prefeitura, que estariam sendo antecipados pelo jornal Folha de São Paulo.
Vistos de maneira negativa pelos demais habitantes, os moradores de rua incham cada vez mais os centros das cidades brasileiras, além de São Paulo, expondo suas misérias no meio das ruas. Muitas vezes com práticas em público (nas ruas) que normalmente se dão no espaço privado (em casa), como por exemplo: tomar banho nos chafarizes das praças públicas e também lavar e estender roupas, bem como dormir em espaço público (calçadas e bancos de praças). Percebe-se a partir dessas constatações que à distância entre o público e o privado em se tratando dos moradores de rua é bastante tênue.
A presença da "população de rua" na modernidade esta tão incorporada à paisagem que já se tornou banal. Paradoxalmente, só são notados pela grande maioria da população quando não estão presentes.
Veja vídeo com Jornal da Gazeta - Repórter: Fernanda Azevedo
Polêmica no centro da capital. Os moradores e comerciantes do bairro de Santa Cecília estão incomodados com a quantidade de moradores de rua.
Há 10,4 mil vagas em abrigos e outros centros de acolhida (antigos albergues) destinados à população adulta. Para as crianças, há vagas nos chamados CRECAs (Centros de Referência da Criança e do Adolescente), na Casa de Acolhida e em outros 67 abrigos. Para a Cape (Central de Atendimento Permanente de Emergência), o número de vagas é suficiente. Só eles acham isso, claro.
No albergue, a pessoa tem lugar para dormir, pode tomar banho e fazer refeições. As vagas são temporárias e o tempo de permanência no albergue varia de acordo com a unidade. Em alguns, os moradores de rua ficam 16 horas e, em outros, 24h. Outros programas da prefeitura oferecem tratamento a pessoas com problemas de dependência química.
Este ano, segundo a Cape, o número de abordagens a moradores de rua deve crescer, por conta do aumento no efetivo e da ampliação da central de Atendimento ao Munícipe, que funciona 24 horas nos telefones 3228-5668 e 3228-5554.
Muitas organizações não governamentais oferecem comida a essa população, porém além de não conseguir resolver o problema, acabam por incentivar esse estilo de vida. É obvio que não se pode deixá-los a míngua, morrendo de fome, mas o melhor mesmo seria encaminhá-los para centros de triagem, que fariam um serviço de seleção para requalificação profissional, tratamentos de saúde e odontológicos, acompanhamento psicológico, retorno as suas cidades de origem (se concordarem), etc.
Veja vídeo do Jornal da Bandeirantes - É grande o número de idosos morando nas ruas por causa do alcoolismo e abandono da família
O trabalho que vem sendo realizado pela prefeitura é insuficiente para resolver o problema dos moradores de rua e urgentes providências devem ser tomadas, pois há de chegar o dia que não se poderá caminhar pelas ruas sem pular algum morador de rua deitado no chão. Já está num ponto de calamidade pública, porque não é possível um número tão grande de seres humanos abandonados a sorte, sofrendo todo tipo de humilhação e causando desconforto a população que tem um endereço fixo, muitas vezes visinhos dos pontos onde se estabelecem os sem tetos.
A Copa de 2014 vai trazer um grande fluxo de visitantes estrangeiros as nossas cidades e quando chegar esse momento, onde serão escondidos esses infelizes? Tenho certeza que algumas providências irão tomar no intuito de evitar essa vergonha social, mas será preciso esperar ainda tantos anos?
Veja vídeo com Jornal da Gazeta - Repórter: Fernanda Azevedo
Mal estar no centro de São Paulo. Membros da Catedral da Sé querem tirar os moradores de rua da escadaria da igreja.
Por essas e outras que sou contra a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 em nosso vergonhoso país. O dinheiro certamente desviado destes eventos, poderia ser melhor aproveitado dando vida digna aos moradores de rua, entre outras prioridades. Não devemos "esconde-los", jogá-los Para debaixo do tapete, como muitos gostariam. Menos preocupações com obras faraônicas e ridículas como, por exemplo, a ponte Estaiada, e mais saúde, educação e cultura para a população. Não tenho vergonha dos moradores de rua, e sim dos responsáveis por esta cidade e este estado, que, por sinal, não receberam meus votos!
ResponderExcluirMichel Scheir
Ao invés de realizar a Copa de 2014, deveríamos utilizar essa verba para criar condições sociais para esses moradores.
ResponderExcluir"Esconder esses infelizes" não é a solução e se estão lá é porque a sociedade não soube escolher seus representantes, e esses sim foram e continuam sendo uma "vergonha social". Todos os políticos, religiosos, enfim, a sociedade em geral deveriam parar de olhar para o próprio umbigo e fazer alguma coisa prática além de ter vergonha dessa massa de moradores de rua!
Carlos Cezar Nalin.