quarta-feira, 21 de março de 2012

BRASIL SE TORNOU DESTINO DE MÃO DE OBRA ESTRANGEIRA

Se no passado o Brasil exportava mão de obra para todo o mundo, agora as coisas estão mudando e o número de trabalhadores estrangeiros no país cresceu 57% no ano passado, chegando a 1,51 milhão em dezembro, segundo estatísticas do Ministério de Justiça.

O principal fator para esse salto no número de imigrantes legais foi a chegada de trabalhadores de países vizinhos. Desde 2009, triplicou o número de imigrantes peruanos legais. O de paraguaios e bolivianos cresceu mais de 70% . Comunidades com presença antiga no país, como japoneses e europeus, têm crescido mais lentamente, mesmo assim, entre os portugueses o aumento no período de 2008 (ano que eclodiu a crise no mundo todo) para 2011 foi de 135%; entre italianos, 75% e, entre espanhóis, foi de 67%.

Os portugueses são os campeões em número de estrangeiros regularizados no Brasil: só em 2011, foram legalizados 277.779, quase um quinto de todos imigrantes no país. Italianos e espanhóis, outras vítimas da turbulência financeira do Velho Continente, também figuram entre os cinco povos que mais obtiveram regularizações, sendo que metade deles está em São Paulo.

Confira vídeo do Repórter Rio: Mão de Obra Estrangeira no Brasil




Enquanto os imigrantes originários de países europeus em sua maioria possuem qualificação e nível superior, os imigrantes dos países vizinhos em geral têm baixa escolaridade e pouca qualificação. Bolivianos trabalham em oficinas de costura e como empregados domésticos; peruanos atuam como ambulantes e operários na construção. Portugueses e espanhóis ocupam postos gerenciais ou trabalham como arquitetos, engenheiros e advogados.

O número de latinos-americanos legais no país aumentou por três motivos: boom econômico brasileiro, acordo de residência do MERCOSUL e anistia – os dois últimos de 2009. O acordo autoriza cidadãos do MERCOSUL, da Bolívia e do Chile a entrar sem visto no Brasil, somente com registro na Polícia Federal e a pedir residência temporária.

O acordo deve ser estendido para Peru e Equador – falta a aprovação do Congresso. A anistia de 2009 deu a 45 mil imigrantes ilegais residência provisória e 18 mil já conseguiram obter residência permanente depois de dois anos.


Confira video do Jornal da Band: Mercado Financeiro Brasileiro atrai mão de obra estrangeira



Apesar do grande aumento na presença de latinos no Brasil, europeus e japoneses ainda são as maiores comunidades, porque historicamente foram os maiores grupos de imigrantes. Houve entrada de 4,4 milhões entre o fim do século 19 e os primeiros 40 anos do século 20.

Hoje, os portugueses ainda são o maior grupo, seguidos de japoneses e italianos. Bolivianos estão em quarto lugar – mas boa parte dos latinos está ilegal, portanto não entra nas estatísticas.

Os números do governo incluem os estrangeiros que estão legalmente no país, com autorizações de trabalho e vistos de residência. ONGs e o governo estimam que haja 60 mil a 300 mil estrangeiros ilegais no Brasil – na maioria latino-americanos, chineses e africanos. Além deles, há 4.477 refugiados.


Confira vídeo de NBR Notícias: Mais de 70 mil estrangeiros trabalharam legalmente no Brasil em 2011



CAMPEÕES EM LEGALIZAÇÃO NO PAÍS EM 2011:

• Portugueses 277.779
• Japoneses 92.429
• Italianos 72.700
• Bolivianos 62.563
• Espanhóis 60.078


AS 12 NAÇÕES QUE MAIS RECEBERAM AUTORIZAÇÕES NO ESTADO DE SÃO PAULO EM 2011:

* EUA 4.565
* Filipinas 4.228
* Índia 2.447
* Indonésia 2.237
* Alemanha 2.043
* Reino Unido 1.463
* Japão 1.426
* China 1.399
* Itália 1.247
* França 944
* Portugal 774
* Espanha 733

Fontes: Jornal Folha de São Paulo de 5 de fevereiro de 2012 e Revista da Folha de São Paulo de 19 de março de 2012

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14/06/10 - Brasileiros vivendo no Exterior.
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quinta-feira, 8 de março de 2012

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Pela primeira vez na história o Brasil tem muitas conquistas femininas a comemorar: Na Presidência da República uma mulher com a estirpe, o caráter e a dignidade da presidente Dilma Roussef (foto principal) e, no seu governo, mais dez ministras mulheres. No Senado Federal a vice-presidência da Marta Suplicy, na Câmara Federal a vice-presidente Rose de Freitas, na PETROBRAS a primeira presidente, a Graça Foster e, para culminar, a primeira mulher a presidir o TSE em 67 anos da corte, a Ministra Carmen Lucia.

Negras, brancas ou amarelas. Católicas, judias ou mulçumanas. Jovens ou idosas. Não importa. O 8 de Março, DIA INTERNACIONAL DA MULHER, simboliza o universo feminino no mundo. E já não se pode mais negar que as conquistas femininas avançaram muito nos últimos anos. As mulheres ao longo do século XX marcaram, de maneira definitiva, os seus rumos para este novo milênio.


Diversos fatores contribuiram para essa realidade. As mudanças nas taxas de fecundidade, nos níveis educacionais e da sua participação no mercado de trabalho sintetizam o novo papel da mulher na sociedade. "As mulheres que vieram depois de 1945 passaram por um "boom" de transformações. A começar pela bomba atômica, pelo pós-guerra. Depois veio a pílula, o movimento feminista, a educação sem limites para os filhos, as drogas, a produção independente, hormônios. O processo de inserção feminino no mercado de trabalho também foi intenso e nada igualitário. Tudo isso nesta minha geração. Passamos por tudo", conta Helena Hoerlle. Aos 87 anos, a socióloga alemã naturalizada brasileira, juntamente com outras milhares de mulheres, sentiu na pele as mudanças que alteraram a situação feminina no mundo.

Quase 150 anos separam o data de hoje do dia em que 129 operárias morreram em uma greve nos EUA, quando a história do Dia Internacional da Mulher teve seu começo. Foi em 8 de março de 1857, que patrões e policiais colocaram fogo na fábrica têxtil onde as mulheres estavam trancadas, após protestarem contra a jornada de trabalho de 16 horas e por melhores salários. No entanto, as primeiras articulações de um movimento feminista começaram logo após a Revolução Francesa. Os principais objetivos eram o direito ao voto e à educação. No Brasil, até 1879, as mulheres eram proibidas de freqüentar cursos de nível superior e, durante boa parte do século 19, só poderiam ter educação fundamental. Mesmo com a legislação que permitia a instrução feminina, as mulheres tinham o acesso dificultado.

Substancialmente, o panorama atual é bastante diferente daquelas décadas atrás. As recentes discussões acerca dos novos papéis da mulher e do homem na sociedade não só representam um enorme passo para a conquista feminina como também abrem espaço para novas configurações de identidades. Com o novo papel da mulher da sociedade, muda também a estrutura familiar. Hoje, as mulheres aumentaram sua participação no mercado de trabalho, acumularam mais anos de estudos, não dependem financeiramente do marido e adiam casamento e filhos.

E mais: estudiosos e consultores são praticamente unânimes em dizer que o mundo corporativo caminha para valores tidos como mais femininos: importância do relacionamento, trabalho em equipe, uso de motivação e persuasão em vez de ordem e controle, cooperação no lugar de competição. E toda essa teoria parece estar de acordo com as estatísticas sobre o avanço profissional das mulheres, aqui e no mundo todo.

Os números demonstram, por exemplo, que no caso de donos de empresas, as mulheres representam 17% dos empregadores brasileiros em 1991 e passaram a 22,4 % em 1998, segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad), feita pelo IBGE. Hoje esse índice pulou para quase 29%. Os avanços são também incontestáveis nos cargos gerenciais e nas profissões liberais, como medicina, direito, arquitetura – com até 300% de aumento, na participação feminina em uma década. As mulheres já são 40% da força de trabalho no país e 24% dos gerentes.

Confira vídeo de Matéria feita para o telejornal TERENEWS, da TERETV CANAL 11, Teresópolis, sobre a História do Dia Internacional da Mulher.




Não há a menor dúvida de que o século que acabou foi o de maior avanço das mulheres em toda a História da humanidade. Elas estão conquistando espaço no mundo inteiro, em praticamente todas as atividades. No Brasil, 20 milhões de mulheres entraram na população economicamente ativa em duas décadas. Todo esse avanço dá a impressão de que o futuro é cor-de-rosa. Porém, por mais que as mulheres tenham entrado de vez no mercado de trabalho e estejam se dando muito bem o preconceito e violência ainda persistem e elas recebem uma remuneração em média cerca de 30% menor do que os homens, conforme a Síntese dos Indicadores Sociais, divulgada em março de 2007, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Além de serem responsáveis pela maternidade, e pela ordem da casa, atualmente no Brasil, a maioria das famílias são chefiadas por mulheres, que lutam diariamente, dentro e fora de casa. A sociedade, o Governo, as instituições, ONGs articulam-se para que as conquistas femininas não fiquem apenas no papel, mas que aconteçam de fato como mais uma forma de igualdade e respeito social.

A LIBERAÇÃO SEXUAL:

Nos anos 50, o feminismo ganhou um novo aspecto: a construção da identidade feminina e a liberação sexual. Em 1949, a escritora Simone de Beauvoir publicou O Segundo Sexo, que demolia o mito da "natureza feminina" e negava a existência de um "destino biológico feminino". O livro causou impacto imediato e provocou críticas não só dos conservadores - devido principalmente aos capítulos dedicados à sexualidade feminina -, mas também da esquerda.



Um novo impulso chegou nos anos 60, com a criação da pílula anticoncepcional. A revolução sexual acompanhava outros acontecimentos da época, como a guerra do Vietnã e a ascensão do movimento estudantil. Com a chegada da pílula, um dos pretextos para a repressão sexual feminina, a gravidez indesejada, não tinha mais porque existir. Depois de cerca de 40 anos de existência, a pílula é usada por cem milhões de mulheres em todo o mundo.

Outro sinal dos tempos viria em 1964, quando a inglesa Mary Quant escandalizou com uma saia dois palmos acima do joelho. O pedaço de pano de trinta centímetros rapidamente conquistou mulheres de todo o mundo. Em 1971, preenchendo a longa lista de tabus quebrados, a brasileira Leila Diniz apareceu de biquíni em uma praia carioca, exibindo a enorme barriga da gravidez.

O direito a escolher os próprios governantes mobilizou mulheres de todo o mundo durante boa parte da primeira metade do século 20. No Brasil, essa conquista aconteceu em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas. A Nova Zelândia foi o primeiro país a permitir o voto feminino, em 1893. Na França, apesar de "igualdade" estar entre os lemas da Revolução Francesa, a mulher só conseguiu votar a partir de 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial.


Confira vídeo do médico ginecologista do Hospital Samaritano, Dr. Nicolau D'Amico, que discorre sobre a saúde da mulher. Saiba mais sobre os principais exames que a mulher deve fazer ao longo da vida.





CRONOLOGIA DO CALENDÁRIO FEMININO:

1827 - Surgiu a primeira lei sobre educação das mulheres, permitindo que freqüentassem as escolas elementares. Instituições de ensino mais adiantado ainda eram proibidas a elas. 1879 - As mulheres têm autorização do governo para estudar em instituições de ensino superior; mas as que seguiam este caminho eram criticadas pela sociedade.

1914 – A primeira jornalista de que se tem notícia Eugênia Moreira escreve artigos em jornais afirmando que "a mulher será livre somente no dia em que passar a escolher seus representantes”;

1919 - É construído o primeiro monumento a uma mulher. Tratava-se de um busto, uma homenagem à Clarisse Índio do Brasil, que morreu vítima de violência urbana, no Rio de Janeiro;

1928 - As mulheres conquistam o direito de disputar oficialmente as provas olímpicas.

1932 - O Governo de Getúlio Vargas promulgou o novo Código Eleitoral pelo Decreto nº 21.076, garantindo finalmente o direito de voto às mulheres brasileiras;

1948 - A holandesa Fanny Blankers-Keon, 30 anos, mãe de duas crianças, consagrou-se a grande heroína individual das Olimpíadas, superando todos os homens. Conquistou quatro medalhas de ouro no atletismo;

1962 - O presidente João Goulart sanciona a Lei n° 4.121 que ampliou os direitos da mulher casada no Brasil;



1974 - Izabel Perón torna-se a primeira mulher presidente;

1977 - A escritora Rachel de Queiroz torna-se a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras;

1985 - Surge a primeira Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher - DEAM, em São Paulo;

1994 - Roseana Sarney é a primeira mulher eleita governadora de um estado brasileiro: o Maranhão. Foi reeleita em 1998.

1997 - As mulheres já ocupam 7% das cadeiras da Câmara dos Deputados; 7,4% do Senado Federal; 6% das prefeituras brasileiras. O índice de vereadoras eleitas aumentou de 5,5%, em 92, para 12%, em 96.

2006 - A aprovação da Lei Maria da Penha (lei número 11.340) que trata de forma diferenciada a questão da violência doméstica e sexual da mulher.

2011 – Assume a presidência do Brasil Dilma Roussef, na companhia de nove ministras mulheres (atualmente são dez).

2012 A ministra Carmen Lucia é a primeira mulher a presidir o TSE, em 67 anos de história da Corte.


Fontes: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/pwdtcomemorativas/default.php?reg=2&p_secao=59

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18/09/10 – Brasil é o maior exportador de prostitutas para a Europa
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