segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A AIDS, 30 ANOS DEPOIS

Às vésperas do Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1º de dezembro), o Ministério da Saúde divulgou que o número de novos casos da doença continua aumentando entre os jovens gays, travestis e adolescentes do sexo feminino. Já os casos de transmissão vertical do HIV – quando o vírus passa de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação – estão diminuindo.

Por ano, 35 mil pessoas são infectadas com a Aids no Brasil

Há 30 anos, o mundo ouvia falar pela primeira vez de uma doença poderosa, que derrubava as defesas do corpo e desafiava os médicos. Os cientistas deram a essa doença o nome de Aids. Logo, descobriram que era causada por um vírus e começaram a desenvolver remédios e buscar uma vacina.

A vacina até hoje não existe. Já os remédios ajudaram a fazer da Aids uma doença controlável, mas ainda grave. Trinta anos depois, como será que uma nova geração que não testemunhou o sofrimento dos primeiros pacientes encara a Aids? Como esses jovens de hoje se protegem da contaminação?

Acompanhe a reportagem do médico Drauzio Varella (FOTO) exibida no Programa Fantástico, no inicio deste ano, durante cinco programas, para entender melhor essa doença que já dizimou tantas pessoas insubstituíveis no Brasil e no mundo, como Freddie Mercury, Cazuza, Renato Russo, Caio Fernando Abreu, entre outros.

Confira vídeo do FANTÁSTICO: AIDS – 30 ANOS DEPOIS, com Drauzio Varella, Parte 1/5



Mulher casa virgem e contrai HIV na primeira relação sexual

A contaminação está cada vez maior entre as pessoas com mais de 50 anos, principalmente as mulheres. O comportamento de risco é caracterizado pela relação sexual sem preservativo.

Trinta anos depois do surgimento da Aids, a cara da doença mudou. Antigamente, existiam os chamados grupos de risco, como os homossexuais masculinos e os usuários de drogas injetáveis.

Confira vídeo do FANTÁSTICO: AIDS – 30 ANOS DEPOIS, com Drauzio Varella, Parte 2/5



Portadores do HIV enfrentam efeitos do tratamento

Trinta anos depois do início da epidemia mundial de Aids, uma coisa a ciência garante: é totalmente possível levar uma vida normal graças aos remédios, cada vez mais modernos.

Mas como mostra o doutor Drauzio Varella, o fato grave é que um em cada três portadores do HIV não sabe que tem o vírus e dez mil brasileiros ainda morrem todos os anos, vítimas da AIDS.

"Comecei a tomar medicação há seis ou sete meses, e eu era soropositivo há dez anos", conta Paulo Rogério Alves, voluntário de ONG. "Tenho tido reações horríveis. Dor imensa no corpo, febre, não consigo comer nada que sinto tonrua, queimação no estômago."

Confira vídeo do FANTÁSTICO: AIDS – 30 ANOS DEPOIS, com Drauzio Varella, Parte 3/5



Dr. Drauzio esclarece dúvidas sobre formas de contágio da Aids

Trinta anos após o surgimento da doença, a falta de informação e o preconceito ainda são os maiores obstáculos à prevenção do HIV

Em São Paulo, funcionava o maior presídio da América Latina, o Carandiru. Mais de sete mil homens. Ali, durante 13 anos, o Dr. Drauzio Varella acompanhou doentes com AIDS: 17% dos detentos eram portadores do HIV.

A cocaína injetada na veia era a droga da moda. Seringas e agulhas passavam de mão em mão. Sem acesso à camisinha, nas visitas íntimas, os presos infectados transmitiam o vírus para suas mulheres. O cenário era desolador, dentro e fora da cadeia.


Confira vídeo do FANTÁSTICO: AIDS – 30 ANOS DEPOIS, com Drauzio Varella, Parte 4/5




Mulheres com HIV podem engravidar quase sem riscos

Portadores da doença planejam o futuro e mostram que é possível ter um filho saudável.

As mulheres que têm o vírus HIV já podem engravidar, praticamente sem riscos de contaminar a criança.

"Eu passava um dia inteiro aqui, uma vez por mês, para tomar remédio na veia", lembra Micaela Cyrino, da Rede Nacional de Jovens HIV / AIDS. "O meu pai morreu quando eu tinha um ou dois anos de idade, então eu não lembro. Mas a minha mãe morreu, também por causa do HIV, quando eu tinha seis anos de idade".

"Gravidez é muito bom. Não achava que era assim. Estou gostando muito de ser mãe. Já me sinto mãe. Eu imagino ele correndo, indo com ele ao trabalhado, viajando. É tudo muito bom, tudo novo. Só alegria", comemora a ativista Marta Fernandes.

Confira vídeo do FANTÁSTICO: AIDS – 30 ANOS DEPOIS, com Drauzio Varella, Parte 5/5



DRAUZIO VARELLA, Nasceu em São Paulo, em 1943. É médico cancerologista, formado em 1967 na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, e trabalhou por vinte anos no Hospital do Câncer. Foi voluntário na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru) por treze anos. Seu livro Estação Carandiru ganhou os prêmios Jabuti de Não-Ficção e Livro do Ano. Nas ruas do Brás recebeu o Prêmio Novos Horizontes, da Bienal de Bolonha e Revelação Infantil, da Bienal do Rio de Janeiro. É autor também de Macacos (Publifolha, 2000). Atualmente, dirige um projeto prospectivo de plantas medicinais amazônicas.

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15/07/10 – A AIDS e as novas perspectivas mundiais
08/07/10 – Cazuza e Ezequiel Neves, o elo invisível

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

FREDDIE MERCURY, 20 ANOS DA SUA MORTE

Há 20 anos, o mundo perdia FREDDIE MERCURY, um dos principais cantores de rock do planeta. O líder da banda QUEEN morreu aos 45 anos em decorrência da aids.

É considerado pelos críticos e por diversas votações populares um dos melhores cantores de todos os tempos e uma das vozes mais conhecidas do mundo


Freddie Mercury, nome artístico de Farrokh Bulsara, se infectou em 1987, mas os fãs só souberam da doença no dia 23 de novembro de 1991, um dia antes de o músico falecer. Freddie foi responsável pelos sucessos musicais, como “Bohemian Rhapsody” e “We are the Champions”.


Nascido no antigo protetorado britânico de Zanzibar, hoje pertencente a Tanzânia, oeste da África, no dia 5 de setembro de 1946, Freddie foi desde a infância incentivado pelos pais a se dedicar à música.

Aos sete anos de idade, quando ainda atendia pelo nome Farrokh Bulsara, começou a ter aulas de piano. Aos 12, já havia formado sua primeira banda na St. Peter`s School, localizada em uma pequena cidade próxima a Mumbai, na Índia.

Com o ensino médio concluído, ele mudou em 1964 para a Inglaterra, onde estudou artes no Ealing College of Art, em Londres. Foi lá que adquiriu as qualidades necessárias para criar o caprichado logotipo do Queen, banda que fundou ao lado do guitarrista Brian May e do baterista Roger Taylor - mais tarde, o baixista John Deacon se juntaria a eles.

Além dos 14 álbuns de estúdio com o Queen, Freddie ainda lançou dois discos solo, ambos na década de 1980: “Mr. Bad Guy”, trabalho essencialmente pop, com fortes influências de música eletrônica, e “Barcelona”, no qual canta ao lado da soprano espanhola Monserrat Caballé.

O último show de Freddie Mercury com o Queen aconteceu em agosto de 1986, em Knebworth, na Inglaterra - para 300 mil pessoas.


Confira vídeo de Freddie com Monserrat Caballé cantando Barcelona



Mercury Phoenix Trust

Após a morte de Freddie Mercury, os membros remanescentes do Queen e seu empresário Jim Beach tomaram a decisão de fundar uma organização em memória do músico, a Mercury Phoenix Trust.

A entidade foi responsável pela doação de mais de 10 milhões de libras para instituições de caridade ao redor do mundo. Sua política principal é conscientizar as pessoas sobre o que é o HIV.

Recentemente, o grupo lançou a campanha internacional Freddie For a Day (Freddie por um dia). No Brasil, artistas como Gilberto Gil, Ivete Sangalo, Lenine, entre outros, aderiram à iniciativa e pousaram para fotos usando o bigode de Mercury para chamar a atenção da população para a prevenção do HIV.

A Sociedade Viva Cazuza foi escolhida pela Mercury Phoenix Trust para receber parte da verba arrecadada

Confira vídeo de Freddie cantando Living on My Own




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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

COTAS RACIAIS, POR QUÊ?

Um tema que sempre gera debate são as cotas raciais, que já fazem parte dos programas de várias Universidade Brasileiras, mas sempre despertam reações opostas: alguns concordam com ela. Outros não. Essa relação de amor e ódio mexe com muita gente, de estudantes a parlamentares e gera muito debate. Tenho uma opinião formada sobre o assunto: Sou contra as cotas raciais porque a considero uma medida discriminatória. Cotas raciais recuperam a idéia, refutada por toda a ciência moderna, de que a humanidade se divide em “raças”, oficializando aquilo que se quer combater, corrompem as Universidades onde são aplicadas, aniquilando o valor do mérito acadêmico e criando pressões sem fim para discriminar as pessoas por sua “raça” em todos os níveis de ensino, do fundamental à universidade e ainda, sempre enfrentam o problema de como saber quem pertence ou não a um grupo racial Pelo sangue? Pela cor da pele? Como o Brasil é um país miscigenado, odiosos tribunais raciais acabam decidindo se alguém pertence ou não a uma “raça” e ocasionam tremendas injustiças, como mostrou o caso dos gêmeos da UnB.

Não muito diferente do que ocorre em território brasileiro, a discussão sobre cotas sociais e, principalmente raciais, são recorrentes naquele que é conhecido como potência econômica e símbolo de desenvolvimento, os Estados Unidos.

A história das ações afirmativas teve seu início nos EUA, durante a época das lutas pelos direitos civis, em meados da década de 1960, como forma de promover a igualdade social entre os negros e brancos norte-americanos.

A partir de então, o presidente John Kennedy passou a validar ações que tinham como objetivo auxiliar as pessoas pobres e diminuir a desigualdade entre classes.

O que poucas pessoas sabem, é que os sistemas adotados pelo governo dos EUA beneficiaram à classe média negra, ao invés de todas as classes mais baixas da população do país.

No início, o que se pretendia com estas políticas, era diminuir a discriminação social, advinda da diferença de pigmentação da pele e dos combates entre o norte e sul do país. Mas, o que ficou evidente, foi a insuficiência de tais ações para incluir toda a população negra.

A liderança do movimento de direitos civis tinha em mente, propor reformas econômicas, além da execução de leis antidiscriminativas. Mas, o declínio da economia na década de 1970, não permitiu que estas ideias fossem colocadas em prática.

Hoje, os sistemas de cotas raciais que eram adotadas principalmente em escolas nos EUA, foram abolidos. Em junho de 2007, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que a raça de uma criança não seria mais requisito preponderante para determinar onde ela deveria estudar.

Confira vídeo e acompanhe no programa Fórum, da TV Justiça, um debate sobre os sistemas de cotas raciais implementados pelas universidades brasileiras. Discutem o tema a o presidente da Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura, Zulu Araújo, e a advogada Roberta Fragoso Kaufman, que participaram da audiência pública sobre políticas de acesso ao ensino superior, promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em março de 2010. Confira! (Parte 1/3)



O Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão, apenas em 1888. Após a libertação, os negros tornam-se livres. Mas não podiam trabalhar, votar e nem estudar. Ai a pergunta: de que adiantou esta liberdade? Tivesse a sociedade brasileira no final do século XIX inserido o cidadão negro na sociedade hoje não estaríamos discutindo cotas raciais e o Brasil poderia ser um pouco mais justo. Mas na época dos aristocratas ser negro era como ser escravo, embora muita gente hoje pense assim também…

Mais de 100 anos depois ainda é preciso corrigir essa grave falha e é por isso que as cotas raciais entraram na jogada. Como expus, sendo no meu entender uma medida discriminatória, se persistir, não concordo só com cotas para negros em universidades, é preciso dar cotas para brancos pobres que estudaram em escolas públicas e não tem condições financeiras de arcar cursinhos caríssimos, além, é claro, para os indígenas, que tanto sofreram e ainda sofrem na sociedade atual.

As cotas podem até ajudar a diminuir o abismo entre brancos e negros, mas não podem ser para sempre. Senão muita gente se acomoda e tudo vira uma bagunça, como tudo no Brasil.

O Ministério da Educação e órgãos ligados a pasta deveriam fazer um grande estudo, com muitas estatísticas e números para atingir a um parâmetro. Só então incluir políticas de inserção social, por exemplo: Se daqui a alguns anos chegar a uma conclusão que a maioria dos negros foi inserida no ensino superior e no mercado de trabalho, poderia se pensar em abolir as cotas raciais. Não haveria mais sentido manter uma cota racial se boa parte da população negra estiver preparada. Ai seria a hora de focar em uma cota para alunos de baixa renda. Outra coisa que precisa melhorar, se o sistema de cotas persistir, é a questão da definição de raça, porque muita gente diz ser descendente de negro, mesmo com a pele clarinha, clarinha, entrando ai o jeitinho oportunista brasileiro.

No meu conceito, não importa a cor da pele. Raça é uma só: humana. Mas o ideal mesmo seria uma educação de qualidade e de alto nível, do maternal até as fileiras de doutorado. Mas como os políticos só pensam em sugar dinheiro público e fazer da política um palco para interesses próprios, a educação fica relegada a escanteio. Assim como a saúde, saneamento básico, moradia, desigualdade social, etc.

Confira vídeo e acompanhe no programa Fórum, da TV Justiça (Parte 2/3)





CONTROVÉRSIAS
:

Uma das contradições relacionadas às cotas de cunho racial frequentemente citadas diz respeito à institucionalização do racismo: para alguns críticos, a distinção de etnias por lei acabaria por agravar o racismo já existente.

Algumas controvérsias específicas às cotas de cunho racial residem no fato de que seria difícil definir quem teria direito a tais políticas. Alguns defendem o critério de autodeclaração, outros defendem a instauração de uma comissão de avaliadores que, baseados em critérios objetivos e subjetivos, decidiriam quem teria direito às cotas. Esta questão não é ponto pacífico, pois não há consenso sobre o tema. Em geral, as cotas raciais são voltadas para a população autodeclarada negra - podendo abranger os pardos que se declarem negros. Um caso ocorrido em 2007 na Universidade de Brasília, reacendeu a polêmica, pois dois gêmeos univitelinos foram classificados como sendo de etnias diferentes.

Ações de inconstitucionalidade já foram propostas por alguns políticos e entidades da sociedade civil contra o sistema de cotas. Outros também se mobilizaram na defesa da reserva de vagas.

Ocorre também que, ao analisar o sistema de cotas, sua aplicabilidade e seus possíveis bônus ou ônus, deve-se perceber que qualquer ação afirmativa, que busca transpor as desigualdades e a igualdade material (utopicamente), deve ser aplicada por um determinado tempo, ou seja, não é um instituto que deva ser aplicado com um finalidade definitiva. Juntamente a isso, há de se entender que as ações afirmativas, como o sistema de cotas, devem possuir ações conjuntas, atacando o problema desde a sua raiz, pois nenhum problema social foge da deficiência das estruturas de base, como educação, distribuição de renda, falta de oportunidade, e outros.


Confira vídeo e acompanhe no programa Fórum, da TV Justiça (Parte 3/3
)




Fonte:
Wikipédia


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