segunda-feira, 26 de setembro de 2011

BRIGITTE BARDOT COMPLETA 77 ANOS

O maior mito cinematográfico dos anos 50, 60 e 70 da Europa foi Brigitte Bardot, ou simplesmente BB, que nesta semana, dia 28 de setembro, estará completando 77 anos de vida, filha de Louis Bardot e Anne-Marie Mucel, recebeu ao nascer o nome de Brigitte Anne-Marie Bardot . Sua mãe a incentivava a cantar e a dançar desde pequena e, aos 15 anos, Brigitte começou sua carreira como modelo, na revista "Elle" francesa. Sua beleza natural, ao mesmo tempo de menina e mulher, chamou a atenção e os convites para trabalhos de destaque começaram a surgir.


Sua primeira aparição nas telas foi em 1952 e ao completar 18 anos, ela se casou com o diretor de cinema Roger Vadim (que também foi marido de Jane Fonda e Catherine Deneuve). A união durou cinco anos. Vadim foi responsável por lançá-la em "E Deus Criou a Mulher" (1956) e ainda a dirigiu em "Quer Dançar Comigo?" e "Amores Célebres".


Com o sucesso de seus filmes franceses, Brigitte participou de uma produção americana em 1954, "Um ato de amor", com Kirk Douglas, tornando-se popular nos Estados Unidos. Ela não agia como as estrelas da época, cheias de estratégias de conquista e frases de duplo sentido. Sua sensualidade vinha do corpo perfeito, da boca carnuda, do olhar expressivo e de um comportamento livre, incomum para as mulheres da época. BB chegou a ser considerada a versão francesa de Marilyn Monroe.

No decorrer da carreira filmou vários clássicos do cinema e foi dirigida por alguns dos maiores diretores europeus, sempre com grande sucesso e sendo considerada uma das responsáveis pelo grande bilheteria do cinema francês durante aqueles anos. Casou-se várias vezes e ainda teve inúmeros namorados, mas apenas um filho, que deixou ser criado pelo pai.


Aos 39 anos, BB se retirou da vida artística. Pouco antes de deixar as telas, declarou à imprensa francesa que não sentia prazer em ser atriz. Por três vezes tentou o suicídio. Passando a desprezar sua aparência, dedicou-se a defender a natureza e os animais. Sua luta era pelo fim da venda de gatos e cachorros em anúncios classificados, pela proibição do uso de animais selvagens em circos, pelo final das touradas e das brigas de galo, e pelo fim da criação de animais para a fabricação de casacos de pele.



Em 1992 ela se casou com Bernard d´Ormale, político francês de extrema direita. Longe dos estúdios cinematográficos, a atriz envelheceu de forma amarga. Seu livro "Um Grito no Silêncio", publicado em 2003, provocou grande polêmica. Brigitte foi acusada de exaltar o preconceito contra negros, homossexuais e imigrantes e se tornou uma vergonha para os franceses, que preferiram se fixar na imagem da jovem loura sexy da década de 1960.


Lembro-me da admiração incontida que sentia por essa estrela na minha adolescencia, comprando todas as revistas que publicavam notícias sobre Brigitte e tentando assistir sem sucesso seus filmes, pois na época era menor e todos os seus filmes costumavam ser impróprios. Hoje me sinto ligeiramente triste ao ver a sua imagem decadente e envelhecida, quando sua contemporanea Sophia Loren, que tem a mesma idade que ela, continua deslumbrante e atuante. Mas o meu consolo é acompanhar a sua dedicação a causa protetora dos animais, que também amo. Acho que sempre soube que tínhamos algo em comum........


Confira vídeo - Brigitte Bardot (sua voz) comentando o filme "Les Petroleuses" com ela e Claudia Cardinale



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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

RACISMO NO SÉCULO XXI

O RACISMO é a tendência do pensamento, ou o modo de pensar, em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras, normalmente relacionando características físicas hereditárias a determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré concebidas que valorizam as diferenças biológicas entre os seres humanos, atribuindo superioridade a alguns de acordo com a matriz racial.

A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade e ao complexo de inferioridade, se sentindo, muitos povos, como inferiores aos europeus.

RACISMO NO BRASIL

Racismo no Brasil é, no mínimo, uma atitude de ignorância as próprias origens. Qual é o antepassado do “verdadeiro brasileiro”? Indígena (os primeiros povos a habitar a terra do ‘Pau Brasil’)? Os negros (que foram trazidos para trabalhar como escravos e, ainda, serviram de mercadoria para seus senhores)? Os portugueses (que detém o status de descobridores desta terra)? Porém, pode ser a miscigenação de todas as raças, como vemos hoje? Afinal de contas, aqui se instalaram povos de todos os lugares do mundo. Portugueses, espanhóis, alemães, franceses, japoneses, árabes e, ultimamente, peruanos, bolivianos, paraguaios, uruguaios e até argentinos vivem neste país que hospitaleiro até demais com os estrangeiros e, muitas vezes, hostil com sua população.

Atualmente, a população brasileira faz parte do ‘vira-latismo’ mundial. Quantas pessoas mestiças nascidas no Brasil você conhece ou, pelo menos, já viu? Quantas vezes você ouviu alguém dizer que...”meu avô era africano, minha avó espanhola”, ou então...”meu pai é japonês e minha mãe é árabe”? Quando representantes ‘tupiniquins’ participam de eventos esportivos ou sociais, o que vemos são pessoas de diferentes raças, mas apenas um sangue, somente uma paixão, o Brasil.

O que existe por aqui é muito racismo camuflado e que todo mundo faz questão de não enxergar. Os alvos, mesmo que inconscientemente, sempre são os mesmos. Negros, mestiços, nordestinos, pessoas fora do padrão da moda, ou seja, obesos, magrelas, altos demais, baixos ou anões e, principalmente, os mais pobres sofrem com a discriminação e não conseguem emprego, estudo, dignidade e respeito. Estes não têm vez na sociedade brasileira!

Para exemplificar isso, basta visitar as faculdades, os pontos de encontro (como bares, danceterias, teatros e cinemas) ou, até mesmo, se tiver mais coragem, verificar o revés da história, ou seja, favelas e presídios. Claramente, nesses lugares, este racismo hipócrita e camuflado vem à tona e causa espanto em muitas pessoas que não ‘querem’ encarar a verdade dos fatos.

No Brasil, a Constituição de 1988 tornou a prática do racismo crime sujeito à pena de prisão, inafiançável e imprescritível. A legislação brasileira já definia, desde 1951, com a Lei Afonso Arinos (lei. 1.390/51), os primeiros conceitos de racismo, apesar de não classificar como crime e sim como contravenção penal (ato delituoso de menor gravidade que o crime). Os agitados tempos da regência, na década de 1830, assinalam o anti-racismo no seu nascedouro quando uma primeira geração de brasileiros negros ilustrados dedicou-se a denunciar o "preconceito de cor" em jornais específicos de luta (a "imprensa mulata"), repudiando o reconhecimento público das "raças" e reivindicando a concretização dos direitos de cidadania já contemplados pela Constituição de 1824.

Confira vídeo do CONEXÃO REPORTER DO SBT – RACISMO NO BRASIL (Parte ¼)



O RACISMO é um preconceito contra um “grupo racial”, geralmente diferente daquele a que pertence o sujeito, e, como tal, é uma atitude subjectiva gerada por uma sequência de mecanismos sociais.

Um grupo social dominante, seja em aspectos econômicos ou numéricos, sente a necessidade de se distanciar de outro grupo que, por razões históricas, possui tradições ou comportamentos diferentes. A partir daí, esse grupo dominante constrói um mito sobre o outro grupo, que pode ser relacionado à crença de superioridade ou de iniquidade.

Nesse contexto, a falta de análise crítica, a aceitação cega do mito gerado dentro do próprio grupo e a necessidade de continuar ligado ao seu próprio grupo levam à propagação do mito ao longo das gerações. O mito torna-se, a partir de então, parte do “status quo”, fator responsável pela difusão de valores morais como o "certo" e o "errado", o "aceito" e o "não-aceito", o "bom" e o "ruim", entre outros. Esses valores são aceitos sem uma análise onto-axiológica do seu fundamento, propagando-se por influência da coerção social e se sustentando pelo pensamento conformista de que "sempre foi assim".

Finalmente, o mecanismo subliminar da aceitação permite mascarar o prejuízo em que se baseia a discriminação, fornecendo bases axiológicas para a sustentação de um algo maior, de posturas mais radicais, como as atitudes violentas e mesmo criminosas contra membros do outro grupo.

Convém ressaltar que o racismo nem sempre ocorre de forma explícita. Além disso, existem casos em que a prática do racismo é sustentada pelo aval dos objetos de preconceito na medida em que também se satiriza racialmente e/ou consente a prática racista, de uma forma geral. Muitas vezes o racismo é consequência de uma educação familiar racista e discriminatória.

Confira vídeo do CONEXÃO REPORTER DO SBT – RACISMO NO BRASIL (Parte 2/4)



HISTÓRIA

O racismo tem assumido formas muito diferentes ao longo da história. Na antiguidade, as relações entre povos eram sempre de vencedor e cativo. Estas existiam independentemente da raça, pois muitas vezes povos de mesma matriz racial guerreavam entre si, e o perdedor passava a ser cativo do vencedor, neste caso o racismo se aproximava da xenofobia. Na Idade Média, desenvolveu-se o sentimento de superioridade xenofóbico de origem religiosa.

Quando houve os primeiros contatos entre conquistadores portugueses e africanos, no século XV, não houve atritos de origem racial. Os negros e outros povos da África entraram em acordos comerciais com os europeus, que incluíam o comércio de escravos que, naquela época, era uma forma aceite de aumentar o número de trabalhadores numa sociedade e não uma questão racial.

No entanto, quando os europeus, no século XIX, começaram a colonizar o Continente Negro e as Américas, encontraram justificações para impor aos povos colonizados as suas leis e formas de viver. Uma dessas justificações foi a ideia errônea de que os negros e os índios eram "raças" inferiores e passaram a aplicar a discriminação com base racial nas suas colônias, para assegurar determinados "direitos" aos colonos europeus. Àqueles que não se submetiam era aplicado o genocídio, que exacerbava os sentimentos racistas, tanto por parte dos vencedores, como dos submetidos, como os índios norte-americanos que chamavam os brancos de "Cara pálidas".

Os casos mais extremos foram a confinação dos índios em reservas e a introdução de leis para instituir a discriminação, como foram os casos das leis de Jim Crow, nos Estados Unidos da América, e do apartheid na África do Sul.


Confira vídeo do CONEXÃO REPORTER DO SBT – RACISMO NO BRASIL (Parte ¾)





RACISMO NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA


Nos Estados Unidos da América, o racismo chega a extremos contra os negros, índios, asiáticos e latino-americanos, em especial no sul do país. Até 1965, existiam leis, como as chamadas leis de Jim Crow, que negavam aos cidadãos não-brancos toda uma série de direitos. Leis existiam proibindo casamento inter-racial e segregando as raças em transporte público e banheiros públicos. Assim, mesmo que uma pessoa não fosse racista, ela estava proibida de casar com alguém de outra raça. Foi o caso do branco Lennie Hayton que não podendo se casar, na California, com Lena Horne, casou-se na França. Só em 1967, a Suprema Corte declarou inconstitucional a proibição do casamento inter-racial no veredicto sobre o caso "Loving et UX x Virginia".Na época da liberação do casamento inter-racial 72% dos estadunidenses se opunham ao casamento inter-racial.
Além disso, muitos negros foram linchados e queimados vivos sem julgamento, sem que os autores destes assassinatos fossem punidos, principalmente pelos membros de uma organização, a Ku Klux Klan (KKK), que defendia a “supremacia branca”. Essa organização ainda existe naquele país, alegadamente para defender a liberdade de expressão e liberdade de se expressar a supremacia branca daquele grupo social. A KKK surgiu como uma reação à abolição dos escravos nos EUA (Proclamação de Emancipação) e ao revanchismo praticado pelos ex-escravos aliados aos nortistas (yankees) após a Guerra de Secessão. Filmes pró sulistas como E o Vento Levou, Santa Fe Trail, The Undefeated, O Nascimento de uma Nação e Jezebel denunciam esse revanchismo que deu origem a KKK. Atualmente a KKK ainda existe e sofre perseguição nos EUA.

Paralelamente, desenvolveram-se grupos de supremacia negra, como o "Black Power" (em português, “Poder Negro”) e a organização "Nation of Islam", a que pertenceu Malcolm X. Sendo o governo de Barack Obama acusado de "racialismo" por não aceitar investigar racismo dos "Novos Panteras Negras" contra brancos norte-americanos.

O NAZISMO

Em 1899, o inglês Houston Stewart Chamberlain, chamado de O antropólogo do Kaiser, publicou na Alemanha a obra Die Grundlagen des neunzehnten Jahrhunderts (Os fundamentos do século XIX). Esta obra trouxe o mito da raça ariana novamente e identificou-a com o povo alemão.

Alfred Rosenberg também criou obras que reforçaram a teoria da superioridade racial. Estas foram aproveitadas pelo programa político do nazismo visando à unificação dos alemães utilizando a identificação dos traços raciais específicos do povo dos senhores. Como a raça alemã era bastante miscigenada, isto é, não havia uma normalidade de traços fisionômicos, criaram-se então raças inimigas, fazendo desta forma surgir um sentimento de hostilidade e aversão dirigido a pessoas e coisas estrangeiras. Desta forma, os nazistas usaram da xenofobia associada ao racismo atribuindo a indivíduos e grupos sociais atos de discriminação para amalgamar o povo alemão contra o que era diferente. A escravização dos povos da Europa oriental e a perseguição aos judeus eram as provas pretendidas pelos nazistas da superioridade da raça ariana sobre os demais grupos diferentes e raciais também.


Confira vídeo do CONEXÃO REPORTER DO SBT – RACISMO NO BRASIL (Parte 4/4)




O APARTHEID


Os trabalhos de geneticistas, antropólogos, sociólogos e outros cientistas do mundo inteiro derrubaram por terra toda e qualquer possibilidade de superioridade racial, e estes estudos culminaram com a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Embora existam esforços contra a prática do racismo, esta ainda é comum a muitos povos da Terra. Uma demonstração vergonhosa para o ser humano sobre o racismo ocorreu em pleno século XX, a partir de 1948 na África do Sul, quando o apartheid manteve a população africana sob o domínio de um povo de origem europeia. Este regime político racista acabou quando por pressão mundial foram convocadas as primeiras eleições para um governo multirracial de transição, em abril de 1994.


RACISMO E XENOFOBIA


Muitas vezes o racismo e a xenofobia, embora fenômenos distintos, podem ser considerados paralelos e de mesma raiz, isto é, ocorrem quando um determinado grupo social começa a hostilizar outro por motivos torpes. Esta antipatia gera um movimento em que o grupo mais poderoso e homogêneo hostiliza o grupo mais fraco, ou diferente, pois o segundo não aceita seguir as mesmas regras e princípios ditados pelo primeiro. Muitas vezes, com a justificativa da diferença física, que acaba se tornando a base do comportamento racista.

Leis antirracismo têm sido feitas em diversos países com a intenção de punir racismo contra os negros. Essas leis existem apesar dos cientistas da área de Biologia atualmente dizerem que não existem raças na verdade.


Fontes:
Wikipédia

http://www.spiner.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=901



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15/05/11 – Tráfico humano de pessoas, como funciona
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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

VOTO DISTRITAL, VAMOS NESSA ?

VOTO DISTRITAL é um sistema eleitoral em que cada membro do parlamento é eleito individualmente nos limites geográficos de um distrito. Para tanto, o país é dividido em determinado número de distritos eleitorais, normalmente com população semelhante entre si, cada qual elegendo um dos políticos que comporão o parlamento. Esse sistema eleitoral se contrasta com o voto proporcional, no qual a votação é feita para eleger múltiplos parlamentares proporcionalmente ao número total de votos recebido por um partido, por uma lista do partido ou por candidatos individualmente.

O voto distrital pode ser realizado por diversos sistemas de votação; os mais comuns são por maioria simples (caso dos EUA e Reino Unido) e por maioria absoluta (caso da França), no qual a votação pode ser feita em dois turnos.

Como é hoje no Brasil?

Hoje, os representantes do povo no Legislativo (deputados federais, deputados estaduais e vereadores) são eleitos pelo voto proporcional, isto é, os partidos políticos ganham cadeiras em proporção ao número de votos que seus candidatos recebem em todo o Estado (ou cidade). Quanto mais candidatos, mais votos. Um mês após a eleição, 30% dos eleitores já não se lembra em quem votou, pois vota sem conhecer bem os candidatos. Este número aumenta para 70% em relação às eleições anteirores. Uma vez eleitos, os representantes também não se lembram dos eleitores e agem no Legislativo sem prestar contas a eles.


Confira vídeo VOTO DISTRITAL, entenda porque APOIAR




Quando o voto distrital ocorre lado a lado com outro sistema eleitoral, é denominado VOTO DISTRITAL MISTO. No entanto, nos sistemas nos quais o voto distrital prevalece sobre o voto partidário (como ocorre no Japão), ele é conhecido como sistema majoritário misto. Nos sistemas nos quais o voto partidário é mais importante, vigoram sistemas de representação proporcional mista, que não devem ser caracterizados como sistemas "distritais" ou majoritários, mas sim como sistemas proporcionais de voto. Um exemplo de representação proporcional mista é o sistema criado na Alemanha, logo depois da II Guerra Mundial.

No sistema alemão, o eleitor tem dois votos: um para o candidato de seu distrito e o outro para uma lista de representantes de um partido político (lista fechada). Após a eleição dos representantes distritais, são empossados mais outros candidatos, retirados da lista partidária, até que cada partido tenha representação global proporcional à fração dos votos que obteve com as listas partidárias. No processo, o número total de parlamentares varia a cada eleição. Dessa forma, um partido que não teve candidato vencedor em nenhum distrito, mas que recebeu 20% dos votos em lista partidária, ainda assim comporá 20% do parlamento; como não elegeu nenhum representante distrital, preencherá sua cota com os candidatos da lista. Esse método impede situações como a ocorrida numa eleição provincial do Canadá, na qual o Partido Conservador recebeu 40% dos votos totais, mas não conseguiu maioria em nenhum distrito individual; nessa conjuntura, o partido elegeu zero representante.

No SISTEMA MAJORITÁRIO MISTO (também conhecido como sistema parelelo de voto), pelo contrário, os votos distritais e os votos por lista de partidos são independentes. Esse mecanismo eleitoral faz com que a desproporção do sistema distrital seja amenizada, mas continua desfavorecendo os partidos menores.

Ao contrário do que se possa pensar, a eleição de candidatos individualmente (isto é, por candidato e não por partido) não é uma característica exclusiva do sistema distrital de voto nem depende dele, e é plenamente coerente com os sistemas proporcionais de voto. O voto único transferível, por exemplo, permite que os eleitores escolham seus candidatos individualmente, em ordem de prioridade, sem depender das listas de partido.


Confira vídeo da campanha pelo VOTO DISTRITAL




VANTAGENS:

Fortalecimento do elo entre representante e representado

Um sistema em que cada parlamentar representa um conjunto fixo de cidadãos encoraja uma conexão mais forte entre o deputado e quem o deputa. Esse sistema fortalece o accountability, ou seja, a responsabilização e a prestação de contas do representante. Uma atuação incompetente ou antiética por parte do deputado é mais facilmente acompanhada pelos cidadãos do distrito, e pode ser usada contra ele pelo candidato rival na próxima eleição, o que inibe fortemente condutas impopulares por parte do representante. Além disso, o número reduzido de candidatos permite um escrutínio cuidadoso por parte do eleitor, algo impossível num sistema proporcional como o brasileiro (em 2010 houve 1131 candidatos a deputado federal por São Paulo).

A maior cobrança e fiscalização também obriga os representantes eleitos a adequar seu voto parlamentar às demandas do eleitorado, o que, afinal, é a meta da própria representação; dessa forma, o voto distrital tende a fazer com que os resultados das votações no parlamento reflitam o desejo da maioria eleitorado.

Desfavorecimento de correntes minoritárias

Outra característica considerada vantajosa é cada deputado ter de ser votado por uma maioria dos eleitores; dessa forma o sistema favorece candidatos que defendam interesses gerais da população, enquanto desfavorece o extremismo ideológico, que dificilmente obtém apoio majoritário. Ao mesmo tempo, o voto distrital desfavorece grupos de interesse organizados, que são geralmente minoritários (categorias profissionais, setores econômicos, grupos religiosos), que seriam favorecidos pelo voto proporcional. Há, em vez disso, favorecimento à maioria não-mobilizada do eleitorado. Não obstante, os sistemas proporcionais podem impedir a ascensão de grupos radicais ao poder por meio da cláusula de barreira.

Empiricamente, o voto distrital também estimula a formação de maiorias parlamentares, favorecendo a governabilidade e a estabilidade. Pode ser argumentado, no entanto, que um parlamento cuja maioria absoluta pertence a apenas um partido, como em geral ocorre no sistema distrital (ver: Lei de Duverger), é mais capaz de propor reformas abruptas e radicais.


Confira vídeo do Jornal da Cultura: VOTO DISTRITAL




Desproporcionalidade

O voto distrital também é criticado por sua capacidade de distorcer a vontade do eleitorado. Isso ocorre quando há discrepância entre a proporção dos distritos em que os partidos venceram e a proporção dos eleitores que votou nesses partidos. No Reino Unido, é recorrente um partido obter mais da metade dos assentos parlamentares tendo obtido menos da metade dos votos nacionalmente, o que dá ao partido uma dominância e um poder de decisão que não têm amparo na opinião popular. Por exemplo, nas eleições britânicas de outubro de 1974, o partido trabalhista ganhou uma maioria parlamentar absoluta de 319 cadeiras dum total de 635 com apenas 39,3% dos votos, enquanto os liberais conseguiram apenas 13 cadeiras do parlamento com 18,6% dos votos - quase metade do voto dos trabalhistas.


Desfavorecimento de correntes minoritárias


O supradito enfraquecimento da representação de correntes minoritárias é também citado como uma falha do sistema distrital. Uma corrente ideológica hipotética que tivesse 25% de apoio em cada um dos distritos, mas que fosse rejeitada pelo restante da população, dificilmente obteria a maioria dos votos em qualquer distrito. Assim, ficaria sem nenhuma representação parlamentar, mesmo tendo uma grande base de apoio na população nacional. Seria necessário que os apoiadores dessa corrente estivessem concentrados em certos distritos para que conseguissem eleger representantes.


Favorecimento dos interesses locais


Candidatos e partidos que representem interesses locais ou regionais são favorecidos pelo voto distrital, o que é uma outra fonte de críticas a esse sistema. Os deputados poderiam se sentir estimulados a atuar em defesa apenas da localidade que os elegeu e da qual dependem para se reeleger, deixando em segundo plano questões nacionais, que transcendem os interesses locais. Por outro lado, pode-se argumentar que a soma dos interesses de todas as localidades resulte no interesse nacional.

Efeitos nos Partidos Políticos

A Lei de Duverger é um teoria da ciência política que diz que constituições que se baseiam em sistemas eleitorais majoritários, como o distrital não misto, se tornarão sistemas bipartidários com o tempo. O sistema majoriátio tende a reduzir o número de partidos políticos muito mais que os outros métodos, assim tornando mais provável que um partido assuma uma maioria das cadeiras do legislativo. (No Reino Unido, 18 de 23 eleições produziram uma maioria de partido único.) As tendências bipartidárias do sistema distrital podem produzir um governo que não contempla amplamente as perspectivas e preocupações da nação. Além disso, é comum que o eleitor se depare com dois partidos hegemônicos que concordam a respeito de um determinado assunto. Neste caso, ele não terá como expressar sua opinião divergente pelo voto. Na medida em que o eleitor recebe menos opções, ele é obrigado a votar num candidato com o qual discorda, tendo por fito se opor a um candidato com o qual ele possuia divergências ainda maiores. A consequência é que o candidato eleito representará cada vez menos as perspectivas daqueles que votaram nele.

Gerrymandering

Gerrymandering é uma prática que consiste em desenhar os limites eleitorais de modo a reunir as regiões que tendem a votar nos opositores em poucos distritos, e ao mesmo tempo dividir em vários distritos as regiões que tendem a votar no partido governante. O resultado é que a oposição obtém uma proporção das cadeiras parlamentares inferior à porcentagem da população que efetivamente votou nela. Um caso recente de uso dessa estratégia ocorreu na Venezuela em 2010; na eleição daquele ano a oposição recebeu 52% dos votos, mas o partido governista obteve 60% das cadeiras. Alguns teorizam que essa prática também tenha sido usada no Brasil, no governo militar, em casos como a unificação da Guanabara e do estado do Rio de Janeiro, de modo a desfavorecer a votação do opositor MDB. O gerrymandering pode ser inibido com regulamentação da delimitação dos distritos; por exemplo, é possível exigir uma paridade dos distritos em relação à população.

O gerrymandering e alguns dos outros defeitos supramencionados podem ser ainda contornados com a adoção do voto distrital misto, no qual deixa de haver discrepância entre os resultados nacional e por distrito.

Confira vídeo que o Membro da Comissão Especial da Reforma Política Deputado Simão Sessim defende o distritão como modelo ideal para o sistema político brasileiro.




Países que adotam o voto distrital

Estados Unidos - A Câmara dos Representantes possui 435 membros, escolhidos pelo sistema distrital puro. Cada distrito elege um deputado por maioria simples. Os parlamentares têm mandato de dois anos.
Reino Unido - Os 646 membros do Parlamento britânico são eleitos por voto distrital com maioria simples, como nos Estados Unidos. A diferença é que o mandato é maior (5 anos) e pode ser interrompido se o primeiro-ministro convocar eleições.
Itália - Há uma lista para cada uma das 26 circunscrições em que os distritos são organizados.
França - O voto é distrital puro, mas há dois turnos na eleição dos deputados. No primeiro, ganha quem conseguir mais da metade dos votos, desde que a votação seja equivalente a pelo menos 25% do eleitorado inscrito. No segundo turno, só concorre quem teve pelo menos 10% dos votos no primeiro e ganha o mais votado.

Países que adotam o voto distrital subordinado ao sistema proporcional

Alemanha - O sistema é misto, com predomínio do princípio proporcional. Os deputados são eleitos pelos distritos, onde ganha o mais votado. Os eleitores também votam em listas dos partidos. O voto na legenda serve para calcular o espaço a que cada partido terá direito no Parlamento.

Fonte: Wikipédia

Apoie o VOTO DISTRITAL e assine a petição em: http://www.euvotodistrital.org.br

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

PICHAÇÃO, ARTE OU PURO VANDALISMO?

Quando recentemente passava na Rua Augusta pelo trecho conhecido como "BAIXO AUGUSTA" e que vem sofrendo grande transformação de revitalização com a inauguração de diversas casas noturnas e a construção de novos prédios e empreendimentos, fiquei chocado com o número de paredes desfiguradas por horrendas PICHAÇÕES que dão impressão a todos os transeuntes que se atem na paisagem de uma decadência e sujeira enorme, enfeando e desvalorizando os imóveis de via tão importante, passagem de milhares de pessoas diariamente, que são impedidas de perceber imediatamente a metamorfose de melhorias por que passa a região, infelizmente.

PICHAÇÃO é o ato de escrever ou rabiscar sobre muros, fachadas de edificações, asfalto de ruas ou monumentos, usando tinta em spray aerossol, dificilmente removível, estêncil ou mesmo rolo de tinta.
No geral, são escritas frases de protesto ou insulto, assinaturas pessoais ou mesmo declarações de amor, embora a pichação seja também utilizada como forma de demarcação de territórios entre grupos – às vezes gangues rivais. Por isso difere-se do grafite, uma outra forma de inscrição ou desenho, tida no Brasil como artística, embora em línguas como a língua inglesa o termo graffiti seja unificado e sirva para ambas as formas de expressão.


Confira vídeo CONEXÃO REPORTER do SBT : PICHAÇÃO (Parte 1/5)



Já na Antiguidade é possível encontrar elementos de pichação. A erupção do vulcão Vesúvio preservou inscritos nos muros da cidade de Pompeia, que continham desde xingamentos até propaganda política e poesias.

Na Idade Média, padres pichavam os muros de conventos rivais no intuito de expor sua ideologia, criticar doutrinas contrárias às suas ou mesmo difamar governantes.

Com a popularização do aerossol, após a Segunda Guerra Mundial, a pichação ganhou mais agilidade e mobilidade. Na revolta estudantil de 1968, em Paris, o spray foi usado como forma de protesto contra as instituições universitárias e manifestação pela liberdade de expressão.

Construído no início da década de 1960, o Muro de Berlim ostentou por vários anos um lado oriental limpo e de pintura intacta, controlado pelo regime socialista da União Soviética, enquanto seu lado ocidental, encabeçado pela democracia capitalista dos Estados Unidos, foi tomado por pichações e grafites de protesto contra o muro. Até sua derrubada, em 9 de Novembro de 1989, os dois lados do muro representavam a discrepância entre a ditadura linha-dura soviética e a própria liberdade de expressão garantida na democracia de Berlim Ocidental.

No final de 1969 e início da década de 1970, as ruas de Los Angeles foram tomadas por pichações que demarcavam a disputa territorial pelo tráfico de drogas entre duas violentas gangues rivais: Bloods, representada pela cor vermelha, e Crips, representada pela cor azul. A disputa tomou proporções nacionais, e hoje a pichação e a rivalidade entre as duas gangues ainda persiste em várias cidades estadunidenses.


Confira vídeo CONEXÃO REPORTER do SBT : PICHAÇÃO (Parte 2/5)




No Brasil, existe uma diferença entre o grafite e a pichação. Ambas tendem a alimentar discussões acerca dos limites da arte, sobre arte livre ou arte-mercadoria, liberdade de expressão, sobre Pollock, Rothko e Basquiat.

O grafite, em princípio, é bem mais elaborado e de maior interesse estético, sendo socialmente aceito como forma de expressão artística contemporânea, respeitado e mesmo estimulado pelo Poder Público. Já a pichação é considerada essencialmente transgressiva, predatória, visualmente agressiva, contribuindo para a degradação da paisagem, vandalismo desprovido de valor artístico ou comunicativo. Costumam ser enquadradas nessa categoria as inscrições repetitivas, bastante simplificadas e de execução rápida, basicamente símbolos ou caracteres um tanto hieroglíficos, de uma só cor, que recobrem os muros das cidades. A pichação é, por definição, feita em locais proibidos e à noite, em operações rápidas, sendo tratada como ataque ao patrimônio público ou privado, e portanto o seu autor está sujeito a prisão e multa. O grafite atualmente tende a ser feito em locais permitidos ou mesmo especialmente destinados à sua realização.

Em geral, a convivência entre grafiteiros e pichadores é pacífica. Muitos grafiteiros foram pichadores no passado, e os pichadores não interferem sobre paredes grafitadas.

RESTRIÇÕES A VENDA DE SPRAY

A venda de tintas em embalagens aerossol, conhecido como spray foi proíbida em 26 de maio de 2011 para menores de 18 anos de. A nova legislação sobre a venda desse material foi definida pela 12.408, sancionada pela presidente Dilma Rousseff e publicada no Diário Oficial na mesma data. Para compras em território nacional, Será necessário apresentar documento comprovando ser maior de 18 anos. Comerciantes terão, ainda, que colocar a identidade do comprador na nota fiscal. As embalagens das tintas virão com o aviso: “Pichação é crime”. O grafite, no entanto é permitido. Foi realizada uma alteração em uma lei de 1998, que agora determina que “a prática do grafite realizada com o objetivo de valorizar o patrimônio público e privado mediante manifestação artística” com autorização do proprietário legal.

CRIME AMBIENTAL

No Brasil, a pichação é considerada vandalismo e crime ambiental, nos termos do artigo 65 da Lei 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), que estipula pena de detenção de 3 meses a 1 ano, e multa, para quem pichar, grafitar ou por qualquer meio conspurcar edificação ou monumento urbano.

Todavia, os juízes vêm adotando a aplicação de penas alternativas, como o fornecimento de cestas básicas a entidades filantrópicas ou a prestação de serviços comunitários pelo infrator.


Confira vídeo CONEXÃO REPORTER do SBT : PICHAÇÃO (Parte 3/5)





RIO DE JANEIRO: Adrenalina e competição


Diferentemente do passado, quando era apenas um ato de protesto ou manifestações em geral, a pichação vem tornando-se um ato cada vez mais frequente na vida de jovens, geralmente de classe média, que a praticam por puro lazer, adrenalina e competição. A organização nesse meio vem crescendo muito, o que é comprovado pelos encontros (também chamados por pichadores de "reús", abreviação de "reunião") que acontecem regularmente em diversos pontos das cidades, alguns deles reunindo centenas de pichadores numa mesma noite. A impunidade, a "fama" e a adrenalina de subir em prédios de maneira arriscada, são os principais fatores de motivação para que o ato seja cada vez mais praticado. Os pichadores organizam-se em grupos, que são identificados cada um por uma sigla. Todo final de ano, pichadores reúnem-se e distribuem premiações entre si, para as melhores siglas, ou para aqueles que se destacaram durante o ano, ou por pichar em lugares altos, ou simplesmente por ter seu piche em vários pontos da cidade.

Existem diversos vídeos e fotos pela internet onde pichadores exibem seus atos de vandalismo, alguns vídeos chegam a ter mais de 200.000 visitas.

SÃO PAULO: Organização e comprometimento

A grafia da pichação de São Paulo, ao contrário da carioca, é a mais próxima da escrita normal, onde as letras se destacam por serem grandes e na vertical, com curvas e detalhes que fazem o diferencial de cada pixação (grafada com "x") e conhecida como pixo ou tag reto.

Em São Paulo, os pichadores organizam "equipes" de pichação e possuem algumas diretrizes para organizá-la, possuindo até mesmo um líder (vulgarmente chamado de "cabeça"). Algumas equipes possuem uma espécie de "grife", onde cada uma possui um símbolo para distinção, exibindo então a união de diversas equipes. São realizados encontros (também conhecidos como "points"), onde diversas grifes se reúnem para trocar informações e fazer festas com tinta e, frequentemente, drogas. Existem equipes com mais de vinte anos de existência, denominadas de "Velha Guarda" ou "Das antigas".

O ápice de uma pichação é chamada de "pico", onde geralmente um prédio de grande porte tem sua parte superior pichada, caracterizando um crime, já que para efetuá-lo, as equipes tem que invadir o edifício para ter acesso a sua parte mais alta.

Possuem tipografias distintas umas das outras. Assim, um caractere de uma equipe pode ser completamente diferente da outra.


Confira vídeo CONEXÃO REPORTER do SBT : PICHAÇÃO (Parte 4/5)




ACONTECIMENTOS FAMOSOS ENVOLVENDO PICHADORES;

28a Bienal Internacional de Arte de São Paulo:

Uma jovem foi presa, no dia 26 de outubro de 2008, por usar tinta para pichar as paredes internas do 2° piso do prédio da pavilhão, onde acontecia a 28.ª edição da Bienal.

A jovem, de 23 anos, ficou presa por mais de 50 dias por ter participado de uma invasão ao prédio pelada, em 26 de outubro de 2008, com outras 40 pessoas que picharam o andar vazio da mostra – um espaço teoricamente aberto a intervenções artísticas livres. Como não tem renda, endereço fixo nem ocupação definida, Caroline Pivetta da Mota ficou na cadeia por quase dois meses.

O fato gerou várias manifestações e reativou a polêmica sobre o acesso à justiça pelos mais pobres, com a inevitável comparação aos casos de crimes de "colarinho branco", nos quais cidadãos mais abonados respondem a seus processos em liberdade. O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), Paulo de Tarso Vannuchi, disse, durante a 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos, em 15 de dezembro, que compara o caso do banqueiro Daniel Dantas com o de Caroline:
A jovem está presa há 50 dias por ter pichado uma sala da Bienal. Infelizmente, Daniel Dantas ficou preso por muito menos tempo”, afirmou o ministro.

Também o ministro da Cultura, Juca Ferreira, pediu a liberação da moça, considerando a desproporcionalidade entre o delito e a punição – embora se declare contra a pichação.

Caroline Pivetta passou 50 dias na Penitenciária Feminina Sant’Ana, no Carandiru, depois de três dias no 36º Distrito Policial, localizado no bairro do Paraíso, em São Paulo. Foi libertada em 19 de dezembro de 2008, por determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo. Em liberdade provisória, deve aguardar o julgamento do mérito do habeas-corpus, em audiência marcada para o dia 17 de fevereiro de 2009. Foi denunciada pelo Ministério Público sob a acusação de associação a milicianos para destruir as dependências de prédio público, isto é, formação de quadrilha e deterioração ou destruição de bens protegidos por lei. Se condenada, poderá ficar presa entre um e dois anos, estando ainda sujeita ao pagamento de multa.


Ataque ao Cristo Redentor


Na madrugada de 15 de Abril de 2010, o monumento do Cristo Redentor, uma das novas sete maravilhas do mundo, foi vandalizada por pichadores. Os pichadores Aids, Zabo e Lub da Gangues DP (Dopados e Perversos) e I (Irreverentes), da zona oeste, reivindicaram a autoria das pichações. No momento do vandalismo, as câmeras de segurança estavam desligadas , e por conta das chuvas, o monumento ficou isolado após deslizamentos interditarem o bondinho do Corcovado e as principais vias que levam à estátua. O monumento vinha passando em uma reforma e os pichadores usaram os andaimes para chegar até o topo. Em 1991, pichadores de São Paulo já haviam atacado o Cristo de uma forma mais sutil em seu rodapé .

Os pichadores fizeram uma espécie de protesto e colocaram em pauta o caso de uma engenheira chamada Patrícia que teve uma estranha morte e que até hoje não foi solucionada.

Ao se entregar, o pintor de paredes Paulo Souza dos Santos, de 28 anos, afirmou que não esperava que seu ato ganhasse tanta repercussão: “Foi só um protesto para alertar sobre pessoas desaparecidas”, tentou justificar.

Formação de quadrilha em Belo Horizonte

Em Belo Horizonte, a prisão preventiva de um grupo de cinco pichadores (Goma, Lic, Sadok, Fama e Ranex) autodenominados "Os Piores de Belô" causou grande repercussão, no dia 24 de agosto de 2010, em virtude de terem sido indiciados pela prática de formação de quadrilha, crime com pena cominada de 1 a 3 anos de reclusão (Código Penal, art. 288). A linha dura com os pichadores na capital mineira ocorre em função do trabalho conjunto da Polícia Civil, Prefeitura (que criou o Movimento Respeito por BH), Ministério Público, Judiciário e órgãos da Defesa Social, todos focados na limpeza estética da cidade para receber jogos da Copa do Mundo de 2014.

Tal ato gerou manifestos pedindo a liberdade dos “Piores de Belô”, que foram todos sodomizados por outros detentos durante a estada deles nos cárceres mineiros.

Confira vídeo CONEXÃO REPORTER do SBT : PICHAÇÃO (Parte 5/5)



Eu, particularmente, não aprecio muito nem mesmo o grafite esteticamente, embora respeite essa espécie de "arte" como uma forma de expressão de pessoas que não tiveram acesso a uma boa educação artística e até admiro "bem raramente" alguns trabalhos que encontro em certos muros ou paredes de prédios. Porém, deploro a pichação, que reconheço apenas como um enorme vandalismo que degrada a paisagem e desvaloriza o patrimônio público ou alheio, demonstrando apenas total falta de responsabilidade dos seus autores, além de desrespeito aos bens que não são seus. É um crime como qualquer outro que causa prejuízo e perdas e que deveria ser punido não com aplicações de penas leves ou alternativas, mas com a detenção como prevê a Lei dos Crimes Ambientais, citada alguns parágrafos acima.

Fonte: Wikipédia

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