terça-feira, 6 de julho de 2010

DINA SFAT, SAUDADES DE VOCÊ!

Dina Kutner de Souza, mais conhecida como DINA SFAT, nasceu em São Paulo, dia 28 de outubro de 1938 — faleceu no Rio de Janeiro, dia 20 de março de 1989. Foi uma das maiores atrizes brasileiras, deixando na nossa memória papeis tão marcantes, quanto inesquecíveis.

Atriz. inquieta, profunda, dona de uma presença física singularmente sedutora e de uma aguda inteligência interpretativa, Dina Sfat distingue-se, na sua carreira teatral, pela exigência e coerência com que selecionava os seus compromissos profissionais. Foi uma das artistas de proa que verbalizaram e expressaram as reivindicações nacionais contra a injustiça e a opressão durante o período da ditadura.

Filha de judeus poloneses, Dina sempre quis ser artista. Estreou nos palcos em 1962 em um pequeno papel no espetáculo "Antígone América", dirigida por Antonio Abujamra. Daí pulou para o teatro amador e foi parar no Teatro de Arena, onde estreou profissionalmente vivendo a personagem Manuela de "Os Fuzis da Senhora Carrar" de Bertold Brecht. A atriz se transformou em uma grata revelação dos palcos e mudou seu nome artístico para Dina Sfat, homenageando a cidade natal de sua mãe.

Confira vídeo da TV Resgate: todas as novelas, filmes e e algumas peças da atriz Dina Sfat





Participou de espetáculos importantes na década de 60 em São Paulo e conquistou o Prêmio Governador do Estado de melhor atriz por seu desempenho em "Arena Conta Zumbi" em 1965, um musical de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal. Foi para o Rio de Janeiro e estreou nos palcos de um teatro na peça "O Rei da Cidade".

Em 1966 estréia no cinema em "Corpo Ardente" do diretor Walter Hugo Khouri e no cinema se consagra em 1969 vivendo a guerrilheira Cy de "Macunaíma", filme premiado de Joaquim Pedro de Andrade, ao lado do marido, o ator Paulo José que ela conheceu nos tempos do Teatro de Arena.

Ela chega à televisão no final da década de 60 e destaca-se em papéis de enorme carga dramática em telenovelas de autoria de Janete Clair, como Selva de Pedra, Fogo Sobre Terra, O Astro e "Eu Prometo", mas também brilhou em outras como "Verão Vermelho", "Assim na Terra Como no Céu", "Gabriela" e "Os Ossos do Barão".

Posou nua para revista Playboy em janeiro de 1982, num ensaio secundário.

Foi casada por 17 anos com Paulo José, com quem teve três filhas: Isabel ou Bel Kutner, que também é atriz e extremamente parecida com a mãe, Ana, que também se aventurou na carreira e Clara.

Não é possível desligar sua vida artística de sua ativa participação na vida cultural e política do país, seja integrando movimentos em prol da democracia ou da liberdade de expressão. Sua forte liderança neste campo foi tão grande que, numa aula da Escola Superior de Guerra, um general a definiu como "líder feminista vinculada à estratégia de poder da extrema-esquerda". Ela, de fato, noticiou que sairia candidata ao cargo de vice-presidente do país pela sigla do Partido Comunista do Brasil - PCB, em 1984, mas jamais integrou algum partido ou filiou-se a qualquer facção política. Seu inconformismo e legítimo sentido de liberdade ancoram-se em generosa visão da vida e do mundo, sem sectarismos.

Descobriu o câncer, inicialmente no seio, em 1986, mas não deixou de trabalhar, mesmo em tratamento. Já com a doença, viajou para a União Soviética e participou de um documentário sobre o país e os primeiros passos da Perestroika; escreveu um livro, publicado em 1988, um pouco antes da sua morte, sobre sua vida e a luta contra o câncer, chamado "Dina Sfat- Palmas prá que te Quero", junto com a jornalista Mara Caballero e fez a novela "Bebê a Bordo", seu último trabalho na TV.

Seu último filme foi "O Judeu" que só estreou em circuito depois da morte da atriz.

Dina Sfat morreu em 20 de março de 1989, aos 50 anos de idade depois de lutar alguns anos contra o câncer de mama.

Confira vídeo com depoimentos: O que as atrizes Maria Fernanda Cândido, Fernanda Rodrigues, Samara Felippo e Nívea Stelmann têm em comum? Todas queriam "ser" Dina Sfat, uma das melhores atrizes brasileiras de todos os tempos.




Carreira

Na televisão:

Telenovelas


• 1988 - Bebê a Bordo.... Laura
• 1983 – Eu Prometo... Darlene
• 1979 - Os Gigantes.... Paloma
• 1978 - O Astro.... Amanda
• 1976 - Saramandaia... Risoleta
• 1975 - Gabriela.... Zarolha
• 1974 – Fogo Sobre Terra.... Chica Martins/Anréia
• 1973 - Os Ossos do Barão.... Isabel
• 1972 - Selva de Pedra.... Fernanda
• 1971 - O Homem que Deve Morrer.... Vanda Vidal
• 1970 – Assim na Terra Como no Céu.... Heloísa (Helô)
• 1970 – Verão Vermelho.... Adriana
• 1969 – Os Acorrentados.... Isabel (Rede Record)
• 1967 - A Intrusa.... Helen / Patrícia (TV Tupi)
• 1967 - Os Fantoches.... Laura (TV Excelsior)
• 1966 - Ciúme.... Maria Luísa (TV Tupi)
• 1966 - O Amor Tem Cara de Mulher…Maria Luisa (TV Tupi)
Minisséries
• 1984 - Rabo-de-Saia.... Eleuzina
• 1982 - Avenida Paulista.... Paula
Séries
• 1980 - Malu Mulher - episódio A trambiqueira
• 1978 - O caminho das pedras verdes (Caso especial)
• 1976 - Quem era Shirley Temple? (Caso especial)
• 1972 - As praias desertas (Caso especial)
• 1971 - A pérola (Caso especial)

No cinema:



• O Judeu (1988, lançado em 1996)
• Fábula da Bella Palomero (1988)
• Das Tripas Coração (1982)
• O Homem do Pau-Brasil (1982)
• Tensão no Rio (1982)
• Álbum de Família (1981)
• Eros, o Deus do Amor (1981)
• Tati, A Garota (1973)
• O Barão Otelo no Barato dos Bilhões (1971)
• O Capitão Bandeira contra o Doutor Moura Brazil (1971)
• A Culpa (1971)
• Os Deuses e os Mortos (1970)
• Jardim de Guerra (1970)
• Perdidos e Malditos (1970)
• Macunaíma (1969)
• Edu, Coração de Ouro (1968)
• A Vida Provisória (1968)
• O Corpo Ardente (1966)
• Três Histórias de Amor (1966)


NO TEATRO:

• Ninguém paga, Ninguém paga, de Dario Fo (1986)
• A irresistível aventura (4 textos) (1984)
• Hedda Gabler, de Henrik Ibsen (1982)
• As Criadas, de Jean Genet ( 1981)
• Murro em Ponta de Faca, de A.Boal ( 1979)
• Seis personagens a procura de um autor, de L.Pirandello (1977)
• O Santo Inquérito, de Dias Gomes (1976)
• A mandrágora, de Maquiavel ( 1975)
• O Colecionar, de Peter Fowles ( 1974)
• Dorotéia vai à Guerra, de A.Ratton (1973)
• Black Comedy, de Arthur Laurents (1970)
• O rei da vela, de Oswald de Andrade (1968)
• Arena conta Tiradentes, de G.Guarnieri e A.Boal (1967)
• Arena conta Zumbi, de G.Guarnieri e A.Boal (1966)
• O Inspetor geral, de Nikolai Gogol ( 1965)
• Camila, de Arthur Laurents (1965)
• Depois da Queda, de Arthur Miller ( 1964)
• O filho do Cão, de G.Guarnieri (1964)
• O melhor Juiz, o Rei, de Lope da Vega (1963)
• Antígone América, de Carlos Henrique Escobar ( 1962)
• Festival de Teatro de Estudantes (participou de 3 peças) (1962)

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Saiba Mais:
Wikipédia
Dina Sfat, Palmas pra que te Quero, de Dina e Mara Caballero, Editora Nórdica

12 comentários:

  1. Dina Sfat fez parte da minha infância, adolescência e juventude. Além de excelente atriz, foi uma mulher de fibra! Lutou com todas as forças contra a malfadada ditadura militar. Ela é uma pessoa que, certamente, faz falta tanto para a arte como para a evolução do Ser-Humano.
    Abraços,
    Michel Scheir.

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  2. Concordo com o que Michel disse no comentário anterior. Ela reinou na arte de interpretar. Assisti uma peça no Rio quando fui à passeio e fiquei encantada com a forma com que ela olhava para a platéia. É como se ela quisesse puxar você para o palco.
    Muita saudades
    Heliana Tenuta

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Dina Sfat me tra muita lembrança principalmente quando estou tomando o refresco TANG.

    Silvia Camargos

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  5. que talento, que beleza!!! artista perfeita,

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  6. Dina Sfat foi uma diva da televisão e cinema. Com o remake da novela "O astro" Carolina Ferraz interpreta "Amanda" personagem da própria Dina Sfat na versão de 1977. Uma atriz fabulosa de beleza envolvente e um talento arrebatador capaz de conquistar todos com seu hipnótico jeito de ser.

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  7. ADOREI ESSA REPORTAGEM, SABER DA VIDA DE UMA GRANDE ATRIZ É SEMPRE UM PRAZER.
    BJS JOSINHA!

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  8. Dina Sfat: A mais linda mulher de todos os tempos. Minha paixão eterna.

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  9. Dina Sfat: A mais linda mulher de todos os tempos. Talento a flor da pele. Minha eterna paixão.
    Valdir.

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  10. falar de Dina Sfat e falar de saudade ao meu ver ficou pra nascer uma atriz tao linda e encantadora! Descansa em paz Dina que DEUS ti ilumine CIDA CRUZ

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  11. sandra bréa,e dina sfat eternas atrizes

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  12. Ela foi diva,assim como Sandra bréa marcaram epoca

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