Estudo divulgado pela Unaids, agência da ONU que trata da epidemia, aponta que 30 anos depois da descoberta da epidemia pelo menos 60 milhões de pessoas foram infectadas e mais de 25 milhões morreram devido às chamadas doenças oportunistas, que emergem após o contágio.
Além disso, das 33,4 milhões de pessoas que vivem na atualidade com HIV, a metade são mulheres.
Entre os dados favoráveis, o relatório da Unaids relata que a pandemia estabilizou-se na maior parte das regiões, embora seus índices sigam aumentando no leste da Europa e no centro da Ásia devido as elevadas porcentagens de novas infecções.
A África Subsaariana continua sendo a região mais afetada do planeta já que em 2008 foram registradas na região 71% das novas infecções mundiais.
Além disso, o acesso das mulheres aos preservativos femininos aumentou de forma extraordinária, com um número recorde de 50 milhões em 2009.
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A proposta da Unaids é que os países apostem forte em um novo modelo de luta, como pode ser o tratamento 2.0 que a organização promove: "uma nova resposta para frear a pandemia".
Ao menos dez milhões de mortes causadas pelo vírus do HIV e um milhão de novas infecções poderiam ser evitadas em 2025 caso seja aplicado o novo tratamento proposto pela Unaids (Agência das Nações Unidas na Luta Contra a Aids).
"Trata-se de simplificar a maneira na qual atualmente os tratamentos contra o HIV são fornecidos e aumentar o acesso a estes remédios", disse Michel Sidibé, diretor-executivo da Unaids, durante a apresentação em Genebra do relatório 2010, preâmbulo da Conferência de Viena sobre aids da próxima semana.
O 2.0 é um tratamento que engloba iniciativas para a prevenção do HIV, novas práticas para sua detecção e fórmulas inovadoras para criar remédios mais eficientes, embora nenhuma delas tenha sido aplicada ainda.
Sidibé explicou que o 2.0 "reduziria os custos dos tratamentos e o nível tóxico dos antirretrovirais", combinação que "facilitaria o acesso aos remédios drasticamente", com uma previsão de redução de dez milhões de mortes e um milhão de infecções em 2025.
Hoje, só cinco milhões dos mais de 15 milhões de infectados pelo HIV no mundo têm acesso a tratamentos, por isso que a Unaids propõe que os países doadores unam seus esforços para iniciar o 2.0 e criar "pílulas mais singelas e menos tóxicas", "melhorar a prevenção" e aumentar "o número de testes de detecção gratuitos".
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VACINA CONTRA A AIDS
Depois de décadas de esforços para criar uma vacina contra a Aids, as autoridades de saúde americanas começam a ver "avanços significativos" neste sentido, declarou o diretor do Instituto de Doenças Infecciosas, Anthony Fauci.
"Até poucos anos atrás, apesar de termos buscado uma vacina por duas décadas sem êxito, não tínhamos nem a mínima idéia se estávamos na direção certa", disse Fauci.
Mas dois avanços científicos de grande importância ocorridos nos últimos anos geraram "um avanço significativo no desenvolvimento da vacina", considerou o diretor do Instituto Nacional para Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID).
O primeiro desses avanços significativos foi o teste clínico realizado no ano passado na Tailândia com um grupo de 16.000 pessoas.
"Os resultados mostraram um pequeno e modesto efeito positivo, que não foi bom o suficiente para distribuir uma vacina, mas bom o suficiente para considerá-lo um avanço conceitual que pelo menos nos fez pensar que a vacina é possível", explicou Fauci.
O segundo avanço foi registrado há algumas semanas atrás quando cientistas do NIAID publicaram um artigo na revista Science sobre pesquisas que contribuíram para identificar anticorpos em um indivíduo infectado pelo vírus da Aids que foram utilizados para bloquear a doença.
Confira vídeo da TV Globo sobre os estudos da nova vacina
"Isto mostra que é possível identificar uma parte do vírus que pode ser utilizada como vacina, porque sabemos que quando os anticorpos entram em contato com essa parte destroem o vírus", disse.
A próxima etapa consistirá em tentar injetar essa parte do vírus em um indivíduo para produzir uma resposta imunológica contra a infecção, acrescentou Fauci durante a entrevista que ocorrida antes da Conferência Internacional sobre Aids, em Viena.
O mais provável é que a vacina para a Aids leve vários anos para estar pronta, o que significa que a luta contra a doença terá que permanecer centrada em políticas de prevenção como a distribuição de preservativos e os tratamentos para bloquear a transmissão da Aids entre a mãe e o feto, considerou Fauci.
AIDS NO BRASIL
De 1980 a junho de 2007 foram notificados 474.273 casos de aids no País – 289.074 no Sudeste, 89.250 no Sul, 53.089 no Nordeste, 26.757 no Centro Oeste e 16.103 no Norte. No Brasil e nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste, a incidência de aids tende à estabilização. No Norte e Nordeste, a tendência é de crescimento. Segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem uma epidemia concentrada, com taxa de prevalência da infecção pelo HIV de 0,6% na população de 15 a 49 anos.
Em 2006, considerando dados preliminares, foram registrados 32.628 casos da doença. Em 2005, foram identificados 35.965 casos, representando uma taxa de incidência de 19,5 casos de aids a cada 100 mil habitantes.
Confira vídeo da Rede Globo sobre vacina contra AIDS sendo desenvolvida no Brasil
O Boletim Epidemiológico 2007 trouxe, pela primeira vez, dados sobre a proporção de pessoas que continuaram vivendo com aids em até cinco anos após o diagnóstico. O estudo foi feito com base no número de pessoas identificadas com a doença em 2000. Os dados apontam que, cinco anos depois de diagnosticadas, 90% das pessoas com aids no Sudeste estavam vivas. Nas outras regiões, os percentuais foram de 78%, no Norte; 80%, no Centro Oeste; 81%, no Nordeste; e 82%, no Sul.
Do total de 192.709 óbitos por aids identificados no Brasil (1980-2006*), a maioria foi no Sudeste, com 131.840 mortes em decorrência da doença. Em seguida, vêm Sul (28.784), Nordeste (18.379), Centro Oeste (8.738) e Norte (4.968).
Em relatório sobre a aids no mundo, o Programa das Nações Unidas para HIV/Aids (Unaids) propõe que o Brasil aumente o montante de investimentos na prevenção da doença, segundo informações da agência de notícias BBC.
Segundo as Nações Unidas, em 2008, o Brasil gastou cerca de R$ 1,1 bilhão no programa de aids – sendo que menos de 10% vão para a prevenção. Outro dado revela que, de 2003 a 2008, mais de 30% dos novos casos foram detectados nos estágios avançados da doença.
Perdi pessoas maravilhosas por causa da AIDS.No começo da epidemia não haviam os recursos que, gradativamente, foram surgindo, a começar pelo Coquetel. No Brasil, apesar da saúde pública caótica, os portadores do HIV, em sua maioria, não podem reclamar, estão bem assistidos. Torço para que a cura surja logo. Não reparará as perdas, porém evitará novos dramas!
ResponderExcluirAbraços,
Michel Scheir.