sexta-feira, 9 de julho de 2010

ÁFRICA DO SUL DESPEDE-SE DA COPA 2010

A ÁFRICA DO SUL, por sediar a “COPA DO MUNDO DE 2010”, foi beneficiada com muitas vantagens. Segundo a central de informações da embaixada sul-africana, a expectativa era de criar por volta de 129 mil empregos e ampliar a contribuição para o PIB com, aproximadamente, 2,7 bilhões de dólares.

A África do Sul disponibilizou dez estádios para a Copa do Mundo. A maior cidade do país, Johanesburgo, é local de dois estádios: o estádio Soccer City e o Ellis Park, que acomodam 95.000 e 70.000 pessoas, respectivamente. Para abrigar 70.000 pessoas também há os estádios Cape Town (antigo Green Point), na Cidade do Cabo e o Moses Mahbida, em Durban. Os outros estádios têm capacidade para receber entre 45.000 e 50.000 pessoas. São eles: Loftus Versfeld, em Pretória; Nelson Mandela Bay, em Port Elisabeth; Free State, em Bloemfontein; Royal Bafokeng, em Rustenburg; Mbombela, em Nelspruit e Peter Mokaba, em Polokwane.

O deslocamento entre os estádios deve ser feito ou por meio de transporte aéreo (há aeroportos em todas as cidades) ou através de trens. A reforma impecável do aeroporto de Johanesburgo e a construção do novo aeroporto internacional de Durban são dois benefícios indiscutíveis que a Copa do Mundo trouxe para os sul-africanos. Durban, a terceira maior cidade da África do Sul, ganhou o aeroporto internacional de King Shaka, onde foi investido um bilhão de dólares.

Johanesburgo também inaugurou um trem de alta velocidade (o primeiro em todo o continente africano) ligando o aeroporto internacional a Sandton, bairro muito procurado pelos turistas. O projeto é que, no futuro, esse trem cumpra um percurso que ligue Soweto, no subúrbio de Johanesburgo, a Pretória, capital administrativa da África do Sul. Além disso, o governo sul-africano investiu perto de 6 bilhões de dólares para adaptar sua malha ferroviária de carga a um melhor transporte de passageiros.

Confira vídeo da TV Globo: Cidades sedes da Copa 2010 na África do Sul





Nesse sentido, entende-se que sediar um campeonato de grande porte não é um fato ruim, como é muito comum de se ouvir. Fala-se muito de que países tidos como pobres investem muito dinheiro na estrutura para sediar essas competições, ao mesmo tempo em que deveriam proporcionar melhorias diretas para seus habitantes. Ora, se essas melhorias nunca ocorrem, então porque não sediar um grande evento que trará algum tipo de benefício para o país?

Com esse evento, a África do Sul ganhou projeção mundial, tornando todas as suas belezas naturais conhecidas, além dos safáris, que antes eram praticamente seus únicos atrativos no turismo internacional. Agora, com a vitrine da Copa e as TVs do mundo todo mostrando as suas cidades, divulgando a sua cultura, o apartheid acabou ficando para segundo plano, relegado para a história recente dentre as lembranças mais fortes desta nação africana, pois todos os países tomaram conhecimento que a situação na África do Sul tornou-se muito diferente da do passado e hoje não há mais a discriminação racial que escandalizava e chocava o exterior, com campanhas contra esse regime em todos os continentes.

O que não foi mostrado durante a Copa, jogando-se para debaixo do tapete, foram todos os problemas sociais e econômicos enfrentados hoje em dia por esse grande país sul africano.

A África do Sul é uma nação com cerca de 50 milhões de pessoas, mas cerca de 5 milhões de pessoas (ou seja, 10% da sua população) estão infectados com o vírus HIV. A AIDS afeta principalmente aqueles que são sexualmente ativos e é muito mais presente na população negra. A maioria das mortes são de pessoas economicamente ativas, resultando em muitas famílias perdendo sua principal fonte de renda. Isso tem resultado em muitos órfãos pela AIDS que muitas vezes acabam dependendo do estado para suporte financeiro e médico. É estimado que há 1,2 milhões de órfãos na África do Sul.

(Soweto, foto ao lado)Segundo uma pesquisa para o período 1998-2000 elaborada pela Organização das Nações Unidas, a África do Sul foi classificada em segundo lugar em assassinatos e em primeiro para assaltos e estupros per capita. As estatísticas oficiais mostram que 52 pessoas são assassinadas todos os dias na África do Sul. O número relatado de estupros por ano é de 55.000 e estima-se que 500 mil estupros são cometidos anualmente No país O total de crimes per capita é o 10º entre os 60 países no conjunto de dados.

Confira vídeo do Esporte Espetacular - Com um passeio em Johanesburgo





Pela classificação da ONU a África do Sul é um país de renda média, com uma oferta abundante de recursos, com bem desenvolvidos setores financeiro, jurídico, de comunicações, energia e transportes, uma bolsa de valores que está entre as vinte melhores do mundo, e uma moderna infra-estrutura de apoio a uma distribuição eficiente das mercadorias a grandes centros urbanos em toda a região. A África do Sul ocupa 25ª posição no mundo em termos de PIB (PPC), de acordo com dados de 2008.

Porém, o desemprego é extremamente elevado e a desigualdade de renda é aproximadamente igual à do Brasil. Durante o período de 1995-2003, o número de empregos formais diminuiu e o emprego informal aumentou, o desemprego global se agravou. O rendimento médio domiciliar sul-africano diminuiu consideravelmente entre 1995 e 2000. Quanto à desigualdade racial, o Statistics South Africa informou que, em 1995, o agregado familiar médio branco ganhou quatro vezes mais do que uma família média negra. Em 2000, a família média branca ganhou seis vezes mais do que o agregado familiar médio negro

Confira vídeo com lindas imagens da África do Sul



A África do Sul é conhecida por sua diversidade de culturas, idiomas e crenças religiosas. Onze línguas oficiais são reconhecidas pela Constituição do país. O Inglês é a língua mais falada na vida pública oficial e comercial, entretanto, é apenas o quinto idioma mais falado em casa. A África do Sul é um país multiétnico, com as maiores comunidades europeias, indianas e racialmente mistas da África. Embora 79,5% da população sul-africana seja negra, os habitantes são de diferentes grupos étnicos que falam línguas bantas, um dos nove idiomas que têm estatuto oficial. Cerca de um quarto da população do país está desempregada e vive com menos de US$ 1,25 por dia.

Enfim, como o Brasil, é um país com imenso potencial e riquezas naturais, porém, que convive com enorme desigualdade social e má distribuição de renda. Vamos torcer para que o legado da Copa do Mundo de 2010 traga para o lindo país africano um bom desenvolvimento economico e social.

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