terça-feira, 31 de agosto de 2010

IDOSOS, MERCADO VOLTA A OFERECER VAGAS

No passado, como a expectativa de vida do brasileiro era curta, a aposentadoria servia para “descansar sentado, esperando a morte chegar”, mas atualmente, com a longevidade e com o arrocho da pensão, o idoso aposentado é muitas vezes obrigado a voltar ao mercado de trabalho.

Hoje, a concepção de aposentadoria está bem diferente, e ao invés de ser desejada, chega a ser temida por alguns. Afinal, como se adaptar a uma vida de ociosidade depois de anos de trabalho?

Para algumas poucas pessoas o fim da vida profissional não é problema. Alguns descobrem antes mesmo da aposentadoria, atividades que preenchem o tempo livre, como ginástica, viagens ao lado do companheiro (a) ou amigos, clube da terceira idade, ou mesmo alguma atividade remunerada que sirva como um “bico”, sem vínculo empregatício. Mas para outros, acostumados à correria do dia-a-dia de uma empresa, a idéia de ficar parado assusta bastante. Por esse motivo, vários estabelecimentos, como o Grupo Pão de Açúcar, Pizza Hut e o HSBC, entre outras, oferecem vagas para pessoas idosas. E essas pessoas não buscam apenas complementação de renda, mas também o bem-estar de se sentir útil e ativo por mais tempo.

Confira video do Jornal Hoje – Mercado de Trabalho para Terceira Idade




A velhice é um processo íntimo, natural e inevitável, quando ocorrem mudanças significativas de natureza física, psicológica e social. Essas alterações são encaradas de formas diferentes pelas pessoas, e aquelas que optam por se manter em atividade, evitam, na maioria das vezes, um quadro de depressão que é freqüente para quem se depara, de uma hora para outra, com um tempo livre que ela não teve durante toda a vida e ao qual não está habituada.

Geralmente o empregado mais antigo é respeitado em seu ambiente de trabalho, e quando vem a aposentadoria, ele enfrenta o preconceito da sociedade pelo fato de ele ser um cidadão da terceira idade. Esse quadro muitas vezes leva a pessoa a se reciclar e se requalificar para voltar à ativa, e daí surge um profissional inovador e que interessa muito ao mercado de trabalho.

Estudos científicos recentes comprovam que, com o passar do tempo, a inteligência não sofre qualquer tipo de perda, pois ela tem relação com fatores próprios, como a educação, o padrão de vida, a vitalidade física, mental e emocional. A saúde desses fatores depende muito de como a pessoa encara a vida e se prepara para a chegada da “melhor idade”.

Pouco a pouco as empresas estão percebendo que nem sempre é viável dispensar funcionários inteligentes, experientes e ainda com energia para contribuir muito no dia-a-dia profissional. As vagas para candidatos maduros têm aumentado gradativamente, sinal de que o preconceito está finalmente sendo vencido.

Embora os idosos ainda estejam distantes da preferência das empresas quando elegem seus projetos sociais, essa população vem crescendo e se impondo, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 14,5 milhões, cerca de 8,6% da população brasileira, conforme o Censo 2000. Em 1991 o pessoal com mais de 60 anos correspondia a 7,3%.

É um contingente poderoso. Segundo o Censo IBGE, 62,4% dos idosos e 37,6% das idosas são arrimos de família. Juntos, somam uma população de 8,9 milhões, dos quais 54,5% garantem o sustento dos filhos e até dos netos. Graças às aposentadorias, esses velhos são responsáveis por mais de 90% do total de rendimento mensal do domicílio, conforme a pesquisa Indicadores Sociais Municipais do IBGE.

Confira video do Jornal Futura – Idosos no Mercado de Trabalho



Na Europa, onde a população idosa é quase a maioria, devido ao envelhecimento dos povos e a baixa natalidade, é comum se ver trabalhadores produtivos em idade bem avançada, muitas vezes ao lado de jovens, e não há qualquer tipo de discriminação, muito pelo contrário, suas experiências são valorizadas.

Espera-se que no Brasil, como na Europa e no Japão, com o envelhecimento da população, e com os projetos governamentais de postergação da aposentadoria, impondo idades mais avançadas que as atuais, que também a mentalidade de “todas” as empresas não apenas valorizem essa mão de obra, como além de mantê-la não dispensando seus empregados idosos, que também contratem trabalhadores da terceira idade, formando uma “nova onda”, como é o correto e saudável.

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09/09/10 - Mercado de trabalho após os 40 anos

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