terça-feira, 7 de setembro de 2010

O PROBLEMA DO LIXO NO BRASIL

Sabe-se muito bem que os governos no Brasil realizam apenas obras de grande visibilidade e que possuam qualidades geradoras de votos e possibilidades de grandes desvios, dado a corrupção endêmica que assola o país há séculos.

Mas o mais triste e lamentável de tudo isso é a constatação das calamidades que o efeito estufa está realizando em todo o mundo e que pequenas providencias que poderiam ser tomadas para minimizar ou mesmo anular essas ocorrências não estejam sendo tomadas, por falta de vontade política e desinteresse dos governos Federal, Estaduais e Municipais, que preferem optar por medidas assistencialistas (tipo Bolsa Família) que arrecadam muitos votos do povo ignorante, do que, por exemplo, Usinas Verdes transformando o Lixão (resíduos) em energia limpa e rentável, sem qualquer impacto ambiental.

Sem esquecer que nesse processo há todo o aproveitamento do lixo reciclável, que gera milhares de empregos, além de evitar o esgotamento dos nossos recursos naturais. Fora a energia limpa que serve para abastecer completamente grandes cidades e da redução da emissão de gases do efeito estufa, ainda no final de todo o processo, o que sobra pode ser aproveitado para produção de fertilizantes, de tijolos e até pisos. Ou seja, completamente rentável, limpo, sem qualquer desperdício de absolutamente nada, gerando empregos e economia para as cidades servidas dessas usinas verdes.

Confira vídeo de Resíduos à Energia: Filme ilustrativo, das vantagens e dos benefícios de implantar Usina de tranformação dos residuos em energia. Adaptação com alguns trechos e dizeres para a realidade brasileira, aonde os resíduos são tratados com um certo "descaso", jogados em lixões sem o devido cuidado e tratamento, poluindo e principalmente emando gases tóxicos, poluentes, contribuindo para o aquecimento global. O filme é um alerta, temos condições e metodos para reverter a situação a nosso favor, basta querer e querer é poder.




Segundo a Dra.D.Seli Pena, em seu estudo apresentado no Seminário Internacional de Aproveitamento Energético de Resíduos Sólidos Urbanos no Estado de São Paulo, o problema da destinação dos resíduos sólidos urbanos tem se transformado em um dos maiores desafios da gestão pública no país, tendo em vista os graves impactos ambientais gerados pelos “lixões” (aterros sanitários fora de especificações e sem controle sanitário) ou mesmo pelo esgotamento da capacidade dos aterros sanitários regulares. Além dos problemas ambientais, os altos custos para operação dos processos, há uma grande rejeição da sociedade à deposição de qualquer resíduo próximo à sua residência, tanto pelos odores desagradáveis como pela desvalorização econômica que produzem ao patrimônio imobiliário.


Como solução a esse problema, a conversão de resíduos sólidos urbanos em energia – WTE (do inglês - Waste To Energy) é considerada em todo mundo desenvolvido como sendo uma opção ambientalmente sustentável, tratando-se de uma fonte de energia “limpa, confiável e renovável” gerando energia elétrica com menor impacto ambiental do que a maioria das outras fontes energéticas.

Esse processo de aproveitamento energético não elimina a reciclagem de materiais, que é a primeira e mais importante etapa, mas trata-se de uma solução adequada para o restante dos resíduos que por alguma razão não foram separados previamente. Desta forma, há duas possibilidades para disposição dos resíduos após a remoção dos recicláveis: depósito em aterros sanitários ou usá-los no processo de conversão em energia “limpa” e renovável.

No caso da Cidade de São Paulo, a geração de lixo urbano atinge hoje cerca de 15.000 toneladas por dia, o que seria o suficiente para implantar usinas de conversão de resíduos em energia, que somadas chegariam a 300 MW médios. No caso do Brasil, segundo o IBGE, a produção de resíduos sólidos urbanos chega hoje a 230.000 toneladas dia, que mantidas as mesmas proporções, poderiam gerar até 5.000 MW médios, o que representa quase uma nova Usina de Itaipu, ou quase o dobro do que se espera gerar no polêmico complexo do Rio Madeira. É importante dizer que essa produção seria apenas se os resíduos fossem totalmente convertidos em energia elétrica com um rendimento térmico de aproximadamente 30%. Caso fossem implementados processos de cogeração e aproveitamento integral do calor do processo, o rendimento do ciclo térmico chegaria até a 88%, o que significaria dizer que o aproveitamento energético dos resíduos em termos de país significaria mais de 10.000 MW médios equivalentes.

Confira vídeo da TVNBR: E o lixo pode virar energia elétrica. Pesquisa realizada no Rio de Janeiro vai avaliar as condições para implantar usinas de geração de energia a partir dos resíduos




O processo de conversão de lixo em energia é empregado nos países desenvolvidos (Europa e América do Norte) há mais de 25 anos, e o atual “estado da arte” garante uma das formas mais “limpas” de geração de energia elétrica. O maior avanço tecnológico obtido foi no controle da qualidade do ar a partir da queima dos resíduos, de modo que atualmente atingem ou mesmo superam os mais exigentes padrões de qualidade estabelecidos pelas Agências de Proteção Ambiental empregando processos de múltiplos estágios de tratamento das emissões gasosas da combustão, obtendo alta performance de controle ambiental (trata mais de 99% das emissões gasosas). Além da geração de energia de forma ambientalmente controlada, a tecnologia de conversão de resíduos em energia evita o uso de óleo diesel nos equipamentos de transporte e movimentação dos resíduos nos aterros sanitários, melhorando a qualidade do ar e reduzindo a emissão de gases de efeito estufa.

Um importante dado observado é que nas regiões nas quais estão instaladas as usinas de conversão de resíduos em energia, O índice de reciclagem é superior à média nacional, principalmente devido ao fato dessas usinas serem parte de um processo integrado de gestão regional de resíduos sólidos, no qual toda comunidade participa efetivamente. Inclusive, as empresas operadoras das usinas mantêm programas permanentes de educação ambiental que orientam a comunidade envolvida no processo para a melhor forma de aproveitamento dos resíduos. Além disso, a maior parte dos metais contidos nos resíduos (não separados no processo de coleta seletiva) são recuperados após separação das cinzas.

Para se ter uma idéia do impacto positivo dessa tecnologia, nos Estados Unidos, para cada tonelada de resíduos processado em uma planta de conversão de resíduos em energia, é evitada a importação de um barril de petróleo, ou é evitada a extração de um quarto de tonelada de carvão mineral.

As usinas WTE não só diminuem a dependência de combustíveis fósseis, mas também previnem a emissão de centenas de milhões de toneladas de CO2 por ano para a atmosfera. Em uma comparação mais direta, queimar uma tonelada de resíduos em uma usina WTE previne o equivalente a uma tonelada de CO2 que seria emitido para a atmosfera através da queima de combustíveis fósseis e a decomposição dos resíduos em um aterro sanitário, para produção da mesma quantidade de energia. Os resíduos decompostos em um aterro sanitário produzem gás metano (CH4), o qual é um importante gerador do efeito estufa (21 vezes mais potente que o CO2). Nas usinas WTE não há emissão do gás metano. Além disso, não depositar os resíduos sólidos em aterros sanitários evita o uso de áreas nobres, próximas aos grandes centros urbanos e, reduz os riscos de contaminação do solo e do
lençol freático com produtos tóxicos.


Confira vídeo da USINA VERDE: Usina Modelo de Reciclagem Energética do Lixo Urbano. Rota tecnológica recomendada pelo IPCC/ONU (Nobel da Paz/2007) para redução das emissões dos gases estufa gerados nos aterros de lixo urbano. Mostra o processo de transformação do lixo urbano em energia elétrica com imagens tomadas na Usina Modelo (Ilha do Fundão, Rio de Janeiro/RJ).




Uma importante comparação entre a produção de energia a partir de aterros sanitários e da queima direta de resíduos urbanos é referente à capacidade de produção de energia elétrica em cada um dos casos: enquanto que uma tonelada de resíduo depositado em um aterro sanitário produzirá gás para gerar cerca de 20 kWh, a mesma quantidade de resíduo, se queimado diretamente em caldeiras, produzirá 520 kWh, ou seja, vinte e seis vezes mais eficiência energética, com menor espaço de depósito (80 a 90 % menos).

Diferentemente das outras fontes de energia renovável, como eólica e solar, ou mesmo a hidráulica, a geração de energia a partir de resíduos sólidos urbanos não depende de condições do tempo, hora do dia, época do ano ou qualquer outra variável fora de controle do gerador, uma vez que opera 24 horas por dia, 365 dias por ano, devido ao suprimento contínuo, estável e garantido de combustível.

Se você gostou dessa postagem, leia também:

07/06/10 - Você separa seu lixo para a coleta seletiva ?
04/08/10 - Lixo, nas praias e no mar

2 comentários:

  1. Quando a então Prefeita Marta Suplicy, preocupada com o excesso de lixo produzido pela cidade de São Paulo, instituiu a "Taxa do Lixo" para poder investir na reciclagem e modernização dos lixões,foi execrada por todos. Os Prefeitos Serra/Kassab, que a sucederam, tiraram a tal taxa e paralisaram o processo que já havia começado.Hoje, pelo que sei, S.Paulo recicla uma porcentagem mínima da imensidão de lixo que produz. Algo precisa ser feito com urgência. Menos falatório e mais ação!
    Abraço,
    Michel Scheir.

    ResponderExcluir
  2. Aff parece uma grande bosta mas ate ke é legal

    ResponderExcluir