domingo, 31 de julho de 2011

O JEITINHO BRASILEIRO DE SER

"JEITINHO", expressão brasileira para um modo de agir informal amplamente aceito, que se vale de improvisação, flexibilidade, criatividade, intuição, etc., diante de situações inesperadas, difíceis ou complexas, não baseado em regras, procedimentos ou técnicas estipuladas previamente. No passado, depois de um famoso comercial com Gerson - ex-jogador da seleção brasileira - ficou conhecida como a "Lei de Gerson" que brasileiro gosta de tirar vantagem em tudo. Assim, "Jeitinho brasileiro de ser" significa, entre outras coisas, encontrar alguma solução não ideal ou previsível para se favorecer ou "quebrar um galho". Por exemplo, para justificar as notícias de corrupção no governo, politícos famosos na maior cara de pau "dão um jeitinho" para não assumir suas responsabilidades explicando que "não sabiam de nada", mesmo com essa resposta assumindo que não sabem governar.

O "jeito" ou "jeitinho" pode se referir a soluções que driblam normas, ou que criam artifícios de validade ética duvidável.

A expressão "jeitinho" no diminutivo em certos casos, assume um sentido puramente negativo, significando não só driblar mas violar normas e convenções sociais, uma forma dissimulada de navegação social tipicamente brasileira, na qual são utilizados recursos como apelo e chantagem emocional, laços emocionais e familiares, recompensas, promessas, dinheiro, e outros ou francamente anti-éticos para obter favores para si ou para outrem, às vezes confundido ou significando suborno ou corrupção.

• Pagamento de propina, para ser aprovado no exame da carteira de habilitação de motoristas.

• Dar dinheiro para o guarda de trânsito não aplicar uma multa. A frase "tem como dar um jeitinho?", não é necessariamente considerada suborno, apenas um apelo ao uso de flexibilidade, complacência.

• Deixar tudo pra última hora: pagamentos, procedimentos burocráticos, responsabilidades.

• Chorar para um empregado ou contratado, desvalorizando-o, para fazer seu trabalho mão de obra muito mais barata.

Os adeptos do "jeitinho" consideram de alto status agir desta forma, como se isto significasse ser uma pessoa articulada, bem posicionada socialmente, capaz de obter vantagens inclusive ilícitas, consideradas imorais por outras culturas.


Confira vídeo do Jornal da Record – O BRASIL DO JEITINHO - “teste de honestidade: troco a mais” de 25/07/11



O JEITINHO BRASILEIRO DE SER E A SUA INFLUÊNCIA NO DIA-A-DIA DAS ORGANIZAÇÕES:

O jeitinho brasileiro está presente no cotidiano das pessoas como uma forma de obter um rápido favor para si, às escondidas, e sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também definido como "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar bem" em uma situação "apertada”, onde a versatilidade é o ponto ideal para encontrar os resultados desejados em curto prazo, principalmente porque quando se fala em jeitinho, a primeira coisa que vem à mente é algo como: suborno, esperteza, ambição.

Mas, nem todo jeitinho é negativo, podendo ser também visto de uma perspectiva positiva. Por outro lado, o jeitinho coloca o sujeito que o pratica em situação de troca, por se sentir obrigado a retribuir o favor recebido, para que não seja chamado de “ingrato” ou ser reconhecido como aquele sujeito que “cuspiu no prato que comeu”.

Se, por um lado, a prática do jeitinho, encontra-se inserida no cotidiano das pessoas, o mesmo se dá nas organizações burocráticas, o que não é nenhuma surpresa, principalmente pelo formalidade existente nessas organizações, que por ser extremamente racional e impessoal, leva o individuo a lançar mão do “jeito”, permitindo a suspensão temporária da lei e das regras estabelecidas para atingir os seus objetivos. Para se pedir um jeitinho, são utlizados vocábulos “carinhosos”, pois agindo de maneira contrária é provável que não consiga sucesso. Mas, essa não é a única maneira de definir o jeitinho brasileiro, pois nem todo jeitinho é negativo, já que, o mesmo pode ser visto tanto de uma perspectiva negativa ou positiva. O lado negativo do jeitinho está presente naquela situação em que o sujeito tenta conseguir a solução de algum problema através da transgressão de uma norma, ou simplesmente transgredindo os princípios morais para defender seus interesses.

O que caracteriza a passagem do negativo para o positivo é tipo de relação existente entre as pessoas envolvidas. Essas relações existentes entre jeito e favor podem ser consideradas normais já que pedir um favor não transgride regras preestabelecidas, enquanto que o "jeito" transmite a idéia de infração, o que conseqüentemente, é preciso dar um jeito para não haver punição.

Assim, justificamos os nossos atos: se pudermos pagar menos impostos a um governo que não devolve aos seus contribuintes os benefícios a que faz jus, por quê fazê-los?

O jeitinho brasileiro está inserido em outros universos, tais como: familiar, sexual, emocional, financeiro; em outras esferas o jeitinho torna-se difícil por ir de encontro a situações que podemos chamá-las de força maior, e aí, incluiríamos as doenças, os acidentes e a morte.

Alguns fatores são considerados quando se desejar praticar o jeitinho: o status, a maneira de vestir e o dinheiro; esses fatores não são decisivos, principalmente porque podem ser vistos de forma autoritária e de poder .

Citando Roberto da Mata podemos comparar o jeitinho com a malandragem para identificar a relação existente entre um e outro. Daí pode constatar que tanto o personagem malandro como o ritual do jeitinho possui características semelhantes ; o malandro é conhecido pela engenhosidade, sutileza, destreza, carisma, lábia que permitem manipulação de pessoas ou resultados, de forma a obter o melhor destes, e da maneira mais fácil, o que também acontece com quem pratica o jeitinho.

Em suma , o “jeitinho” é um modo simpático, desesperado ou humano de relacionar o impessoal com o pessoal estando enraizado na cultura brasileira . Não tem jeito, é cultural.


Confira vídeo do Jornal da Record O BRASIL DO JEITINHO - “teste de honestidade: taxi” de 26/07/11




Somos um povo que gosta de levar vantagem. Nós, brasileiros, sempre procuramos “sair ganhando”, ou seja, obter benefícios em qualquer momento ou situação que vivemos. É o famoso “jeitinho brasileiro de ser”. Porém, quais problemas essa postura acarreta?

É claro que ninguém quer obter desvantagens ou perder algo, mas o que acontece, na maioria das vezes, é a atuação do egoísmo e o individualismo, fruto de uma interpretação excessiva deste sentimento de auto beneficiamento, gerando atitudes que desmerecem os objetivos e esforços do outro em virtude dos seus.

O resultado disso é que muitas pessoas só pensam em si e acabam prejudicando os outros, o que pode ser umas das principais causas das desigualdades sociais, diferenças de poder e principalmente a corrupção. Sim, a corrupção é causada pelo simples fato de cada político querer ganhar mais, viajar mais e ter mais luxos, sustentados pelo dinheiro do povo, seja pela sonegação de impostos, tráfico de influencia ou pelo desvio de verbas públicas.

Como podemos ver, o problema está na base, na criação das pessoas desde que elas nascem e da implantação de valores errôneos ou no mínimo, duvidosos. Solucionar este problema não é algo fácil e rápido, contudo, um bom começo seria a estimulação da conscientização própria de que não precisamos viver colhendo vantagens, as quais não merecemos, para obtermos sucesso na vida. O que precisamos, na verdade, é de coragem e determinação para esforçarmo-nos e alcançar nossos objetivos por méritos exclusivamente nossos.


Confira vídeo do Jornal da Reord O BRASIL DO JEITINHO – “teste de honestidade: conserto de eletrodomésticos de 27/07/11



SER BRASILEIRO:

Somos um povo sui generis em vários aspectos. Alguns ditados populares têm lá a sua razão de ser. Aqui há "leis que pegam" e "leis que não pegam", depende de a quem se aplica. A rigidez da letra fria da lei esbarra no "jeitinho brasileiro”, no “favor”, no quebra-galho.

Sérgio Buarque de Hollanda aponta algumas características de nossa formação social no clássico "Raízes do Brasil". Somos um povo cordial e intimista. Em que outra nação se conhecem as pessoas pelo apelido diminutivo, inclusive após o honorífico, como por exemplo: "Seu Luizinho", "Dona Candinha"...

Até alguns santos merecem tratamento informal, como Santa Terezinha e o Menino Jesus por exemplo.

O transplante de uma sociedade ibérica para a América Latina trouxe algumas peculiaridades e singularidades. Após mais de 600 anos de dominação islâmica, o machismo impera ainda hoje nas sociedades de origem ibérica.

A necessidade da implantação da mão-de-obra escrava esculhambou com o valor do trabalho braçal. A nobreza decadente ou a emergente burguesia lusitana não queria sujar as mãos com o rude trabalho e esmerou-se nas atividades do espírito ou mesmo no dolce far niente.

Numa comparação com os povos do norte – notadamente canadenses e estadunidenses – a nós é apodada a alcunha de "semeadores", enquanto que aqueles povos são os "ladrilhadores". Semeamos a terra, semeamos cidades, mas nosso cuidado com o esmero dos detalhes do acabamento e manutenção fica a léguas de distância... A nosso favor o fato de a sementeira produzir fartos frutos, proporcionando trabalho por muito tempo junto à lavoura. Quanto ao ladrilhador, após concluído o trabalho de construção, o dever é partir para o próximo.

O brasileiro é cordial e amigo, a ponto de empresários europeus, japoneses e norte-americanos ficarem estupefatos com o fato de precisarem antes de fazer negócio, firmar laços de camaradagem, tornarem-se amigos do empresário brasileiro como conditio sine qua non, para a realização no negócio. É que o brasileiro não consegue separar as dimensões do público e do privado. O empresário é o cidadão e a empresa e ser amigo da empresa apressa as negociações. Tal não se dá no Primeiro Mundo. A dimensão da amizade, da camaradagem, enfim, é completamente distinta daquela do mundo dos negócios. Por lá é correto afirmar, diferentemente de nossa prática: “Amigos, amigos, negócios à parte...” Não raro ouvimos histórias de pessoas que processam umas às outras e, contudo, mantém excelentes e lucrativos negócios. Nos países do Norte não há a necessidade da amizada para a formalização de contratos profissionais lucrativos.

Afora isso há as diferenças regionais. No Rio de Janeiro, por exemplo, a praia simplifica a intimidade entre as pessoas (é complicado ser formal em trajes sumários, convenhamos!) e convida permanentemente a não esquecer a dimensão lúdica. Em São Paulo, ao contrário, a distância do mar e o burburinho da cidade convida à realização de negócios até mesmo em jantares elegantes, com pessoas adequadamente trajadas e coisas que tais.

De todo o modo o estudo das características do brasileiro fascina tanto que nem mesmo se sabe se conviria alterar-lhe as peculiaridades. Somos assim. Intimistas, respeitosos da lei desde que se saiba com quem é que está falando, espalhafatosos em nossas relações com as pessoas, falta-nos discrição e mesmo o senso de moralidade ridícula que chega à beira de levar ao impedimento um presidente por uma pequena infidelidade conjugal. Isto aqui não existe! Pelo contrário. Em terra brasilis, Bill Clinton receberia aplausos e elogios, isso sim! Não pela política econômica que ele capitaneou e FHC obedeceu caninamente, mas pela habilidade em defender os interesses nacionais de seu pais entre uma escapadela conjugal e outra.

Orgulho-me de ser brasileiro. Aqui são todos amigos e o adágio hindu que informa sermos todos como galhos da mesma árvore ou ondas do mesmo oceano não poderia encontrar eco mais fecundo e propício que em nossas plagas.


Confira vídeo do Jornal da Record – O BRASIL DO JEITINHO – “conserto de máquina de lavar roupa” de 28/07/11



O JEITINHO BRASILEIRO E A CORRUPÇÃO:

Autores: Marçal Rogério Rizzo e Willian Guimarães Santos (Professores Universitários renomados em suas áreas)

Existe uma pergunta que aflige a sociedade de nosso país: A corrupção está ou não no sangue do brasileiro? Isso vem em nossas mentes, quando presenciamos pessoas, aparentemente de boa índole, ingressarem na vida pública, ou mesmo na iniciativa privada e se tornarem corruptas. Em ano de eleição, essa pergunta atormenta a todos, especialmente, quando presenciamos boa parte do Congresso Nacional envolvido em escândalos como o do “mensalão” e dos “sanguessugas” (e o pior tudo vai acabar em pizza!).

Praticar atos corruptos está se tornando comum aos políticos. Cláudio Ferraz escreveu um artigo na revista Desafios do Desenvolvimento (publicada pelo IPEA em julho do ano passado) e afirma que “[...] em municípios pequenos onde grande parte da população tem baixo nível de escolaridade o controle social sobre o gasto público é mais difícil e facilita práticas de ‘clientelismo e corrupção’ [...]”.

Lembra ainda que após a criação da reeleição os políticos planejam o seu primeiro mandato, e tendem a ser mais eficientes fazendo uma boa administração para, então, tentarem a reeleição e, assim, permanecerem no cargo. Ferraz diz ainda que: “[...] os modelos tentaram evitar atos de corrupção num primeiro mandato, para assim aumentar suas possibilidades de reeleição [...] e com isso a apropriação de rendas públicas num segundo mandato”.

Isso evidencia, mais uma vez, que o jeitinho brasileiro esta aí fazendo de “gato e sapato” o povo brasileiro. Dados da corrupção ativa foram investigados pela Controladoria Geral da União e os resultados mostram que existe uma forte presença de desvio de recursos, licitações irregulares e superfaturamento. Ferraz observa que é importante essa investigação, especialmente relacionada aos “[...] marinheiros de primeira e os de segunda viagem”, sobretudo os prefeitos. Lembra que em “[...] municípios onde os prefeitos estão no segundo mandato [...] eles fazem mais obras [...] mas também roubam mais [...] os chamados roubam mas faz”.

Como todos sabem, a imagem que o brasileiro passa para o mundo é de um povo desonesto. Um exemplo que representa o Brasil na “Disney” é o Zé Carioca, um sujeito malandro com suas artimanhas, ou melhor, um sujeito que possui o “jeitinho brasileiro”.

Agora, devemos lembrar de casos isolados que demonstram que nem todos são malandros. Destacamos o senhor Francisco (funcionário da Infraero), que devolveu uma maleta com alguns milhares de dólares para o seu dono. Este fato mostra e comprova que há brasileiros honestos, pena que a maioria destes “Homens” não estão no poder!

Persistimos na afirmação de que quem estraga o Brasil são os políticos desonestos e, pior, são eles que elaboram as leis que regem esta nação. Isso só mudará quando todos se conscientizarem e deixarem de ser acomodados e começarem a mudar esta triste realidade. Que tal começarmos a pensar nisso na próxima eleição? Isso mostraria o descontentamento de uma nação com seus políticos que não pensam em seu povo, mas sim em seu bolso. Nas eleições, pensem com carinho e não vão para as urnas com aquele “jeitinho brasileiro” de votarem no “menos pior”.



Confira vídeo do Jornal da Record – O BRASIL DO JEITINHO – “teste de honestidade: espertinhos do trânsito” de 29/07/11



Fontes: Wikipédia
http://www.webartigos.com/articles/6105/1/O-Jeitinho-Brasileiro/pagina1.html#ixzz1ThB2TD1Q

http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/o-jeitinho-brasileiro-de-ser-e-sua-influencia-no-dia-a-dia-das-organizacoes/22249/

http://asdeouro.wordpress.com/2011/06/16/jeitinho-brasileiro-de-ser/

http://www.culturabrasil.org/serbrasileiro.htm


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Um comentário:

  1. Somos brasileiros são mal vistos nos países desenvolvidos, é fato.

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