BETO LEMELA, Contador, Administrador com pós graduação em Recursos Humanos e Professor de Português, entre outras coisas: "Se você não quer ser esquecido quando morrer, escreva coisas que vale a pena ler ou faça coisas que vale a pena escrever" e "Os homens que tentam fazer algo e falham são infinitamente melhores do que aqueles que tentam fazer NADA e conseguem"
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
A FAMILIA BRASILEIRA E A HOMOSSEXUALIDADE
Em 2007 o Jornal Folha de São Paulo trouxe uma a pesquisa nacional do Datafolha, realizada em 211 municípios, que traçou um novo perfil da família brasileira. O resultado indica uma mudança nos hábitos, valores e opiniões no país desde 1998, quando a Folha realizou a primeira edição do mesmo levantamento. Segundo a pesquisa, 49% dos brasileiros são casados. Já o número médio de pessoas por casa é de 3,8, enquanto 2,7 é a quantidade média de filhos por família. Sobre a renda, 35% dos brasileiros ganham até dois salários mínimos, e outros 24% ganham entre dois e três salários mínimos.
Entre as principais mudanças detectadas pela pesquisa, entre os dois períodos, está a maior tolerância das famílias para aspectos como perda da virgindade, sexo no namoro e na casa dos pais, gravidez sem casamento e HOMOSSEXUALIDADE. Por outro lado, cresceu a rejeição à prática do aborto, o uso de drogas é condenado, e a fidelidade é mais valorizada que uma vida sexual satisfatória.
Confira vídeo da TV Globo – Profissão Repórter: Ser Gay na Família Brasileira 1/3
AS MUDANÇAS OCORRIDAS NA DÉCADA:
Está longe de ser um ''liberou geral''. Mas de 1998 a 2007 mudou bastante coisa nas atitudes dos brasileiros com relação à sexualidade, à moral e à família. A pesquisa do Datafolha feita naquele ano, que repete questões feitas quase dez anos atrás, apresenta sinais contraditórios. Diminui (muito) a rejeição ao HOMOSSEXUALISMO. Mas também aumenta a rejeição ao aborto. Cresce a importância atribuída à religião. Mas ver a filha solteira engravidar já não alarmaria tanta gente.
A aceitação ao homossexualismo parece estar, como dizem, ''bombando''. Leia-se a pergunta. ''Se você soubesse que um filho homem está namorando um homem, você consideraria um problema muito grave, mais ou menos grave, pouco grave ou não consideraria um problema?''
Em 1998, 77% dos entrevistados achavam que essa situação seria ''muito grave''. O índice caiu 20 pontos percentuais em nove anos: hoje, só 57% teriam essa reação. Se o ''problema'' ocorresse com uma filha, os níveis de tolerância não se alterariam significativamente: 55% dos entrevistados não achariam ''muito grave'' se ela namorasse outra garota.
Os dados surpreendem bastante, uma vez que num livro recém-publicado, A Cabeça do Brasileiro, de Alberto Carlos de Almeida (editora Record), o homossexualismo é objeto de forte rejeição. A pesquisa foi feita em 2002 e mostra que 89% da população afirma ser ''totalmente contra'' ou ''um pouco contra'' o sexo entre dois homens.
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HOMOSSEXUALISMO E RAÇA
Cinco anos de intervalo entre uma pesquisa e outra não explicam tudo, e sem dúvida entramos aqui no labirinto das sutilezas metodológicas. É que a pergunta feita na pesquisa de Alberto Almeida é um bocado diferente. Em vez de imaginar a situação de um filho namorando outro homem, o questionário indaga diretamente se o entrevistado aprova ou rejeita ''o homossexualismo masculino'' em geral. Pode-se imaginar que ele condene a prática, pensando nas suas próprias preferências ou nas ''leis da natureza'', sem entretanto arrancar os cabelos se um filho a experimentasse.
Mesmo assim, o avanço é espantoso. Ainda mais quando só 3% da população consideram ''moralmente aceitável'' fazer um aborto, contra 87% que acham isso ''moralmente errado'', e 6% que, estranhamente, afirmam não ser essa ''uma questão moral''.
Os maiores sinais de liberalização e modernidade talvez apareçam, na verdade, quando determinadas ''questões'' simplesmente deixam de ser... ''questões''. De 1998 a 2007, subiu de 76% para incríveis 92% o índice de entrevistados que não considerariam um problema se o filho namorasse uma pessoa de outra cor. Com a filha, a toada muda um pouco: o índice baixa para 85%. Mesmo assim, eis uma questão em que a teoria faria bem em ser testada na prática.
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DROGAS E HOMOSSEXUALISMO
- Entre os que ganham mais de 20 salários mínimos mensais, cai para 50% os que consideram muito grave fumar maconha
- No Norte/Centro-Oeste e no Sul a tolerância ao homossexualismo cai para 15%; no Nordeste, 10%
- 57% acham que uma relação homossexual de um filho homem é ''muito grave''. Já se o ocorresse com uma filha, 55% dos entrevistados não achariam ''muito grave''.
Conclusão: Se já há um avanço na mentalidade do povo brasileiro com relação ao homossexualismo, para chegar ao nível de tolerância europeu, ainda existe um longo caminho pela frente. Com a Igreja Católica e os Evangélicos impedindo que diversas leis sejam votadas, através das suas bancadas na Câmara e Congresso, por outro lado, o Governo brasileiro fecha os olhos ao problema e pouco faz para mudar essa situação, relegando aos homossexuais o papel de cidadãos de segunda classe, por não reconhecer seus direitos de união civil homoafetiva, direito a adoção, proibição a homofobia, entre muitas outras coisas... Assim, o Brasil fica muito longe de ser uma Holanda, por exemplo, com todos os seus avanços sociais e econômicos.
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Fonte: Vermelho/ FSP
Publicado em 08/10/2007
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Começando pelo final, creio não ser culpa do Governo brasileiro a colocação dos homossexuais num patamar de "cidadãos de segunda classe". Cabe ao congresso legislar sobre o assunto. Há mais de uma década, o projeto de lei da União Estável de Pessoas do Mesmo Sexo, da então deputada Marta Suplicy, dorme nas "mofadas" gavetas dos "mofados" parlamentares. A bancada religiosa esquece-se que deveria legislar para um país Laico, onde a Homossexualidade e o Aborto, entre outros assuntos, deveria ser encarado de frente.
ResponderExcluirSobre a aceitação dos homossexuais pelas famílias brasileiras,creio estar longe do satisfatório. Se forem ricos e famosos, serão aceitos com mais facilidade... Chamados, possivelmente, de excêntricos. No meu caso particular, sou aceito, especialmente por que mantenho uma "estreita" ligação... telefônica, e não física. Creio que as uniões homoafetivas especialmente as longas, como no meu caso (19 anos), incomodam pois não combinam com as, geralmente, desgastadas relações heterossexuais. Tal desgaste acontece, em minha opinião, pois o respeito à individualidade alheia é raro em tais instituições. Já entre os homossexuais, como a influência "familiar" é menor, quase nula, as relações tem chance de persistir de forma mais harmoniosa. Deixo claro que não sou psicólogo, estou dando minha opinião particular.
Abraços,
Michel Scheir.
eh homossexualidade e nao homossexualismo como vc mencionou no texto..essa mudança na redação faz toda a diferença..mais atenção, ok?
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