quinta-feira, 5 de maio de 2011

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS DO PAÍS

Como professor de Português, suponho que para extinguir a violência na sociedade e, principalmente, na escola, é necessário bem mais que um projeto ou programa específico, mas uma mudança audaciosa de postura e atitude diante do problema.

Vivemos um período em que a "ideologia" de políticas populistas, de um estado populista interfere seguramente no processo de educação em nosso país. E que, em função dessa política, criaram-se a "republica dos coitadinhos", vítimas do sistema e desajustados de família, que devem ser cuidados para que se possa corrigir, reparar os danos históricos promovidos pelas classes dominantes. Ora, os "coitadinhos", "inferiores", portanto, como querem muitos sociólogos, antropólogos e intelectuais anacrônicos de plantão, já perceberam essa deixa e passam a impor uma chantagem sócio-emocional, colocando como refém, os pobres professores, representantes mais próximos de estância social logo acima deles. E de certa forma, sabotando a única possibilidade que seus filhos teriam de ascensão social. Que pena! Fazem o jogo da classe dominante burra de nosso país, que ainda vê na ignorância forma de permanecer no poder.

Eu estudei a minha vida toda em escola pública (com exceção dos meus cursos superiores e pós-graduação) e confesso que em minha época, aluno respeitava professor e todo o sistema. Mas não era apenas pela estrutura e suporte moral familiar, e sim pelas sanções que poderíamos sofrer. Ser suspenso, transferido, expulso ou encaminhado para a escola de menores, se fosse o caso. Se expulso não poderíamos nos matricular em escola do governo por dois anos. Isto sim funcionava!

Confira vídeo PROFISSÃO REPORTER – Violência nas Escolas (Parte 1/2)



Quanto às freqüentes notícias de violência na Escola, como trata a reportagem do PROFISSÃO REPÓRTER, o professor não é o profissional capacitado para lidar com a violência. Isso, deve ser deixada para a policia que é treinada para lidar com infratores, marginais e qualquer tipo de escória. É uma grande hipocrisia falar que Professor tem que enfrentar violência. Chega! o mundo lá fora não quer passar a mão em "violentos", vamos deixar de lenga lenga, e parar de transformar o professor num grande palhaço e a escola num grande circo. A escola é e faz parte da vida de qualquer cidadão. Quer ele esteja num banco escolar ou não. Por isso, não vamos confundir demagogia com vida real. A escola não é lugar agradável. É lugar de preparo para o presente.

Professor não tem que ser pai de aluno. Ele tem que cumprir seu dever e seguir seu caminho. O problema da violência é um desafio social sem disciplina não teremos respeito por ninguém. Não cabe a escola resolver esse desafio só. E muito menos o professor. Temos que tomar providências para que mais tarde não façam do professor além de sacerdote, como muitos dizem, policial. Não ganhamos para isso. O administrador cuida da administração de uma empresa, o servente da limpeza, o policial da segurança, o psicólogo da integridade da mente, porque o professor tem de cuidar além da instrução que lhe é dever, também, do aluno, do seu problema de aprendizagem, do seu problema particular, do seu problema familiar, do seu .... Quantos problemas! O ditado nos diz: cada macaco no seu galho. Devemos alertar nosso aluno para os tipos de violência que nos acometem no nosso dia a dia. Como: aumentos abusivos, roubos, assaltos, violência contra menores, mulheres, etc... Agora enfrentar de frente a violência é demais. A paz não é possível, contudo, momentos de tranquilidade são aceitos. A democracia não é possível, contudo, não haveria leis. É impossível querer fazer com que a escola seja o melhor lugar do mundo. Sabe por quê? Por que lidamos com pessoas. O que é bom pra mim não é bom pra ti. Por isso, sejamos mais pés no chão. Façamos o que podemos e sabemos.


Confira vídeo ´PROFISSÃO REPORTER – Violência nas Escolas (Parte 2/2)




Devemos tomar cuidado com a violência da hipocrisia. O espaço escolar faz parte de um todo e não é o TODO. Se a violência existe, logo, fará parte também do mundo escolar. É uma verdade e o professor, repito, não está preparado para lidar com tal problema. As universidades mal preparam a mão de obra para as escolas, quanto mais para lidarmos com a violência. Palavras bonitas são paliativas que logo serão esquecidos. A sociedade deve abraçar a causa, senão seremos mais um grito na multidão. Acho até belas palavras, mas a sala de aula é cruel e real. A realidade não é conto de fadas. Muitos especialistas em educação falam muito em palestras e reuniões. Suas salas possuem ar-condicionado, cafezinho, poltronas reclináveis. E nunca colocaram os pés numa sala de aula em que mal temos um quadro para escrever. A violência começa na base da educação, a violência com os professores, com os alunos. Quero ver entrar numa sala de aula de certas regiões da periferia, por exemplo, e falar de violência sabendo que tem dois ou três alunos traficantes. Vamos deixar de HIPOCRISIA. Vontade é uma coisa que dá e passa. Façamos o que sabemos. Na realidade de cada um. Um tipo de violência que querem colocar na cabeça dos alunos; na escola devemos sempre ou quase sempre passar a mão na cabeça daqueles que não conseguem boas notas, ou que não são educados.

Fontes: José Tadeu Vieira Leite (Professor de História) e Marcelo Mello (Professor – Psicopedagogo)

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09/03/11 – Professor, a desvalorização da profissão
10/11/10 – Os maiores desafios de Dilma Roussef para o Brasil
24/09/10 – Bullying, você sabe o que é?
25/05/10 – No Brasil falta mão de obra qualificada

2 comentários:

  1. Olá, Beto.
    Que artigo maravilhoso esse que postou sobre a violência nas escolas! Sinceros parabéns!

    Não se faz necessidade de acrescentar mais nada, ele é completo, para mim.

    Penso que para mudar essa situação, deveria haver uma união dos professores, apontando todos os problemas relativos à sala de aula e ao sistema mas, infelizmente, é a classe de profissionais mais desunida da sociedade, quando deveria ser o contrário, pois que, todos que, pelos menos, sabem ler e escrever,passam pelas mãos de um professor.É a classe pensante, formadora de opinião mas não toma consciência desse fato tão relevante. Basta observar em atribuição de aulas, o comportamento dos professores, felizes porque conseguiram pegar algumas aulas para o sustento de sua família
    e saem agradecidos ao Governo, por não ficarem desempregados. Alguns, para completarem jornada, têm três ou quatro escolas, um pouco de aulas aqui, outras ali e assim mesmo não temos um sindicado forte, atuante.

    Têm profissionais inconformados com a situação do desrespeito tanto por parte dos alunos, do Governo, mas,são vozes que não fazem eco no meio da multidão. E assim, cada professor vai fazendo a sua parte, tudo o que está ao seu alcance para motivar aquele aluno que não falta às aulas, porque ele sabe que é somente a falta que reprova e, quando ele não vai bem na avaliação, e você quer dar a recuperação, ele não se interessa e ainda lhe diz, em tom de deboche, que vai passar de ano assim mesmo, e que você vai vê-lo no ano seguinte.

    Ele tem toda a razão e deve isso a progressão continuada!

    Bem, essa já é uma outra estória!

    Abraços.
    Odete.

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  2. Ola Beto ...Sou eu o Luiz eu to precisando falar com vc ..com uma certa urgencia por favor me passa seu EMAIL!!!
    Forte Abraço
    PS: to precisando de um conselho seu !!!

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