Às vésperas do Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1º de dezembro), o Ministério da Saúde divulgou que o número de novos casos da doença continua aumentando entre os jovens gays, travestis e adolescentes do sexo feminino. Já os casos de transmissão vertical do HIV – quando o vírus passa de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação – estão diminuindo.
Por ano, 35 mil pessoas são infectadas com a Aids no Brasil
Há 30 anos, o mundo ouvia falar pela primeira vez de uma doença poderosa, que derrubava as defesas do corpo e desafiava os médicos. Os cientistas deram a essa doença o nome de Aids. Logo, descobriram que era causada por um vírus e começaram a desenvolver remédios e buscar uma vacina.
A vacina até hoje não existe. Já os remédios ajudaram a fazer da Aids uma doença controlável, mas ainda grave. Trinta anos depois, como será que uma nova geração que não testemunhou o sofrimento dos primeiros pacientes encara a Aids? Como esses jovens de hoje se protegem da contaminação?
Acompanhe a reportagem do médico Drauzio Varella (FOTO) exibida no Programa Fantástico, no inicio deste ano, durante cinco programas, para entender melhor essa doença que já dizimou tantas pessoas insubstituíveis no Brasil e no mundo, como Freddie Mercury, Cazuza, Renato Russo, Caio Fernando Abreu, entre outros.
Confira vídeo do FANTÁSTICO: AIDS – 30 ANOS DEPOIS, com Drauzio Varella, Parte 1/5
Mulher casa virgem e contrai HIV na primeira relação sexual
A contaminação está cada vez maior entre as pessoas com mais de 50 anos, principalmente as mulheres. O comportamento de risco é caracterizado pela relação sexual sem preservativo.
Trinta anos depois do surgimento da Aids, a cara da doença mudou. Antigamente, existiam os chamados grupos de risco, como os homossexuais masculinos e os usuários de drogas injetáveis.
Confira vídeo do FANTÁSTICO: AIDS – 30 ANOS DEPOIS, com Drauzio Varella, Parte 2/5
Portadores do HIV enfrentam efeitos do tratamento
Trinta anos depois do início da epidemia mundial de Aids, uma coisa a ciência garante: é totalmente possível levar uma vida normal graças aos remédios, cada vez mais modernos.
Mas como mostra o doutor Drauzio Varella, o fato grave é que um em cada três portadores do HIV não sabe que tem o vírus e dez mil brasileiros ainda morrem todos os anos, vítimas da AIDS.
"Comecei a tomar medicação há seis ou sete meses, e eu era soropositivo há dez anos", conta Paulo Rogério Alves, voluntário de ONG. "Tenho tido reações horríveis. Dor imensa no corpo, febre, não consigo comer nada que sinto tonrua, queimação no estômago."
Confira vídeo do FANTÁSTICO: AIDS – 30 ANOS DEPOIS, com Drauzio Varella, Parte 3/5
Dr. Drauzio esclarece dúvidas sobre formas de contágio da Aids
Trinta anos após o surgimento da doença, a falta de informação e o preconceito ainda são os maiores obstáculos à prevenção do HIV
Em São Paulo, funcionava o maior presídio da América Latina, o Carandiru. Mais de sete mil homens. Ali, durante 13 anos, o Dr. Drauzio Varella acompanhou doentes com AIDS: 17% dos detentos eram portadores do HIV.
A cocaína injetada na veia era a droga da moda. Seringas e agulhas passavam de mão em mão. Sem acesso à camisinha, nas visitas íntimas, os presos infectados transmitiam o vírus para suas mulheres. O cenário era desolador, dentro e fora da cadeia.
Confira vídeo do FANTÁSTICO: AIDS – 30 ANOS DEPOIS, com Drauzio Varella, Parte 4/5
Mulheres com HIV podem engravidar quase sem riscos
Portadores da doença planejam o futuro e mostram que é possível ter um filho saudável.
As mulheres que têm o vírus HIV já podem engravidar, praticamente sem riscos de contaminar a criança.
"Eu passava um dia inteiro aqui, uma vez por mês, para tomar remédio na veia", lembra Micaela Cyrino, da Rede Nacional de Jovens HIV / AIDS. "O meu pai morreu quando eu tinha um ou dois anos de idade, então eu não lembro. Mas a minha mãe morreu, também por causa do HIV, quando eu tinha seis anos de idade".
"Gravidez é muito bom. Não achava que era assim. Estou gostando muito de ser mãe. Já me sinto mãe. Eu imagino ele correndo, indo com ele ao trabalhado, viajando. É tudo muito bom, tudo novo. Só alegria", comemora a ativista Marta Fernandes.
Confira vídeo do FANTÁSTICO: AIDS – 30 ANOS DEPOIS, com Drauzio Varella, Parte 5/5
DRAUZIO VARELLA, Nasceu em São Paulo, em 1943. É médico cancerologista, formado em 1967 na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, e trabalhou por vinte anos no Hospital do Câncer. Foi voluntário na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru) por treze anos. Seu livro Estação Carandiru ganhou os prêmios Jabuti de Não-Ficção e Livro do Ano. Nas ruas do Brás recebeu o Prêmio Novos Horizontes, da Bienal de Bolonha e Revelação Infantil, da Bienal do Rio de Janeiro. É autor também de Macacos (Publifolha, 2000). Atualmente, dirige um projeto prospectivo de plantas medicinais amazônicas.
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25/11/11 – Freddie Mercury, 20 anos da sua morte
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10/01/11 – Renato Russo, saudades de você!
10/11/10 – Dzi Croquettes, saudades de vocês!
15/07/10 – A AIDS e as novas perspectivas mundiais
08/07/10 – Cazuza e Ezequiel Neves, o elo invisível
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