Não faz muito tempo que o pensamento dominante na sociedade moderna traduzia a terceira idade como o tempo do pós-trabalho, da aposentadoria e se dedicar à família. Esse “status quo”, porém, só era possível com a ajuda dos filhos, com uma poupança formada ao longo dos anos (em dinheiro ou imóveis), ou com o recebimento de benefícios da aposentadoria que davam conta das despesas.
Hoje, a situação é diferente: muitos filhos desempregados não podem ajudar os pais, o trabalhador não consegue acumular economias durante a sua vida economicamente ativa devido ao achatamento de salários e do alto custo de vida,assim quando se aposenta não alcança a sua autonomia financeira com os benefícios que recebe. Portanto, o trabalhador idoso brasileiro se aposenta, mas continua trabalhando, formal ou informalmente, por uma questão de sobrevivência. Mas será que ele consegue emprego no Brasil?
Existe um consenso de que o avanço da tecnologia gera a expansão de alguns postos de trabalho, mas extingue muitos outros. Isso ocorre em função da racionalização dos processos e da reestruturação das organizações, propiciadas por processos tecnológicos considerados vitais para a manutenção da produtividade e da competitividade das empresas no mercado.
Qualquer indivíduo que esteja fora do mercado de trabalho é considerado "marginal", ou seja, ele também está “fora da sociedade”. No caso do idoso que precisa do trabalho para suprir necessidades básicas (alimentação balanceada, convênio médico, remédios e outros), a situação fica ainda mais crítica.
Em diversos locais do Brasil: Passeio Público em Curitiba, Praça da Sé e Parque da Luz em São Paulo, Praça da Rodoviária em Belo Horizonte, entre outros de grandes capitais, idosas labutam na prostituição para sobreviver, tendo em vista que a sua renda, após a aposentadoria, diminui e as despesas aumentam. Nesse sentido, “melhor trabalhar do que pedir dinheiro para outras pessoas, já que a aposentadoria não vale nada...”, sem mencionar as que nunca se aposentaram por não se adequar aos critérios exigidos da previdência social do Brasil.
Confira vídeo do documentário:” 69 - Praça da Luz” das
Diretoras Carolina Markowicz, e Joana Galvão
Sinopse: Prostitutas de idade avançada ganham a vida na Praça da Luz, em São Paulo. Relatos inusitados e surpreendentes de cinco mulheres que revelam em detalhes suas experiências em todos esses anos de profissão.
O papel profissional pode ser lugar de prestígio, criatividade ou fonte de poder para uns e lugar de fracasso, de impotência, de auto-desvalorização, e de alienação para outros. Sendo assim, a influência do trabalho sobre a identidade do indivíduo é marcada pelo lugar que esse mesmo indivíduo ocupa no sistema de produção. Em contrapartida, esse lugar determina, de certo modo, a acumulação de recursos materiais que determinam, por sua vez, a relação do sujeito com o seu tempo livre ou o acesso do sujeito às opções de lazer.
Existem idosos em todas as camadas sociais, no Brasil e no mundo, e cada um vive a sua velhice de forma diferenciada. Muitos ainda sofrem com as mazelas das desigualdades sociais (preconceito, violência, pobreza, exclusão social), enquanto outros desfrutam de uma velhice preenchida com afazeres que se renovam constantemente. Estes últimos não têm tempo para envelhecer.
Depreende-se, então, que o grande desafio a ser transposto pela sociedade pós-moderna é a barreira cultural que incapacita o ser humano vivido e velho para o trabalho, para o prazer, para a vida, e rotula a idosidade como o período negro da existência humana. A velhice deveria ser pensada como uma etapa natural do ciclo biológico de todos os seres vivos, animais racionais e irracionais, que nascem, crescem, amadurecem, envelhecem e morrem. Afinal, nossas células começam a envelhecer, e a se renovar, no instante em que nascemos. Por que, então, segregar o idoso do cotidiano da sociedade pós-moderna?
Fontes: http://www.portaldoenvelhecimento.org.br/artigos/artigo560.htm
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19/07/11 – Violência contra idosos no Brasil
12/12/10 – Recomeçar
13/11/10 – Cinquentões e o mercado de trabalho hoje
31/08/10 - Idosos, mercado volta a oferecer vagas
04/07/10 – O abandono de idosos nos asilos do Brasil
16/05/10 – Alimentação saudável e antienvelhecimento
24/04/10 – Dicas para o amadurecimento saudável
É lamentável que um país como o Brasil não ofereça aos idosos, depois de uma vida na labuta, a chance de aproveitar o resto da vida.
ResponderExcluirA verdade cruel, é que os aposentados do INSS que contribuiram uma vida inteira , 30 ,35 anos, estão hoje na penúria, neste 8anos do governo Lula do PT, tiveram seus proventos achatados em 47%, uma covardia, e pensar que este senhor (Lula) diz ter sido trabalhador, não dá para acreditar!. Aposentado do INSS é o inimigo público nº 1 do Governo petista !!!.
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