sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

PORTUGAL, NOSSA PÁTRIA MÃE

PORTUGAL, nosssa pátria mãe, um país com uma história marcada pelos descobrimentos e pelos feitos dos seus navegadores, está situado na Península Ibérica, sendo a sua costa banhada pelo Oceano Atlântico. A história de Portugal deixou marcas indeléveis na cultura do país, sendo notáveis a influência mourisca e oriental na arquitetura e nas artes.

Durante os últimos três milénios, o território português foi testemunha de uma sucessão de civilizações, tendo a cultura do país sido influenciada por fenícios, gregos, celtas, cartagineses, romanos e árabes. No século XV, os intrépidos navegadores portugueses, entre os quais figura Vasco da Gama, partiram à descoberta de novas terras, construindo um vasto império ultramarino.

Nunca nos mais de 800 anos de história do seu país os portugueses viveram tão bem. Desde a era dos descobrimentos – e lá se vão mais de 500 anos –, não tinham tantos motivos de que se orgulhar. E há muito tempo não se sentiam tão europeus. Embora ainda tenha uma série de problemas a resolver, os sinais de prosperidade em Portugal são inegáveis. Para uma nação que já foi uma das mais avançadas do mundo, para depois se tornar uma espécie de coadjuvante da história ocidental, não é pouca coisa.

A exemplo do que acontece com alguns de seus vizinhos do Velho Continente, o motivo não poderia ser outro que não a integração à União Européia. Antes do eldorado da UE, seja no período sombrio da ditadura salazarista, seja na primeira década da democracia, Portugal era terra proibida para os investidores internacionais. Tinha um perfil mais parecido com suas antigas colônias africanas do que com as nações européias. Nos anos 70, depois da derrubada do regime militar, o governo democrático português estatizou bancos e indústrias, e mergulhou o país numa grave crise.


Confira vídeo do Jornal da Record – A Descoberta de Portugal – Parte 1



Comunidade Européia – Graças à adesão aos tratados europeus de livre comércio na década seguinte, tudo mudou. A partir de 1986, quando entrou para a Comunidade Econômica Européia, Portugal transformou-se. Durante anos, milhões e milhões de dólares do bloco jorraram para a economia portuguesa a fundo perdido, na forma de verbas para educação, transporte, saúde, obras de infra-estrutura, preservação do meio ambiente e uma infinidade de outras atividades.

A abertura econômica desempenhou em Portugal um papel semelhante ao que teve no Brasil – mas os resultados foram mais consistentes. Livres da rigidez econômica dos anos 70, as empresas locais passaram a conviver com concorrentes de outros países europeus e aprenderam em pouco tempo a ser eficientes e produtivas. Cresceram tanto que atingiram rapidamente um ponto em que não tinham mais para onde se expandir na própria terra. Foram em busca de novos horizontes – especialmente no Brasil. Em vez dos tradicionais azeite, bacalhau e vinho, Portugal passou a exportar capital

Nos anos 90, o país conheceu um crescimento sem precedentes. Seguindo as rígidas metas da UE, o governo cortou o déficit público, fez um gigantesco processo de privatização, desregulamentou a economia e tornou mais flexível a contratação de mão-de-obra. Com isso, reduziu o desemprego a taxas baixíssimas, mantendo a inflação sob controle. A renda per capita dos portugueses mais que dobrou, a venda de automóveis explodiu, o mercado imobiliário floresceu e os investimentos estrangeiros no país dispararam.


Confira vídeo do Jornal da Record – A descoberta de Portugal – Parte 2



Obstáculos – O vistoso impulso dos anos 90 não se repetiu com a mesma força na primeira década do século XXI. Por ter se tornado uma economia baseada essencialmente em serviços – sinal de que é um país desenvolvido –, Portugal se ressente hoje de não ter desenvolvido um sistema educacional a contento. Falta mão-de-obra qualificada para se produzir mais. Apesar de o déficit público ter subido novamente no início desta década, o governo conseguiu derrubá-lo de volta ao final de 2007.

Mesmo com os atuais problemas, o avanço português segue em marcha. A idéia de que a Europa começa a partir dos Pireneus, um chavão repetido por muitos turistas brasileiros no passado, já não faz mais sentido. Até mesmo o velho complexo de inferioridade e a autocrítica exacerbada dos portugueses estão se esvaindo. Tudo graças ao crescimento econômico dos últimos vinte anos.

A política portuguesa contemporânea nasceu em 1974, quando a rebelião militar a se que deu o nome de Revolução dos Cravos pôs fim a mais de quatro décadas de ditadura salazarista. Naquele instante, iniciava-se uma democracia tímida cercada de conturbações, que chegariam a colocar Portugal à beira de um conflito civil. Não era para menos. Foram tantos os anos vividos sob um regime autoritário que, ao se verem livres, os portugueses não souberam o que fazer com sua liberdade.

Confira vídeo do Jornal da Record – A descoberta de Portugal – Parte 3



Não surpreende que, derrubado o primeiro-ministro militar Marcello Caetano (Antonio Salazar já estava morto enquanto o salazarismo sobrevivia), os portugueses tenham colocado no poder um outro general: Antônio de Spinola. O comandante, autor do livro que inspirou o movimento de abril de 1974, não durou seis meses no poder, mas foi substituído pelos colegas de farda do Movimento das Forças Armadas (de influência comunista). Completados quase dois anos da Revolução, os portugueses foram à urnas para eleger um novo presidente. O que fizeram: colocaram no poder mais um militar, o general Antonio Ramalho Eanes. Portugal só se veria livre dos militares na presidência em 1986.

Observando-se este histórico, tem-se a impressão de que foi difícil para os portugueses romper com a herança autoritária do salazarismo. Não é bem assim. Ao mesmo tempo em que manteve generais no poder por mais de uma década, o país elegeu também uma nova Assembléia Constituinte – esta sem nenhum resquício dos tempos da ditadura. Se por mais de 40 anos Portugal permaneceu sob a mão de ferro da direita conservadora, a Constituição aprovada em 1976 tinha claros traços esquerdistas. Pudera: mesmo sem conseguir maioria no Legislativo formado em 1975, o Partido Socialista (do primeiro-ministro Mário Soares) foi quem deu as cartas no nascente parlamentarismo presidencialista português.

Equilíbrio – A leve inclinação à esquerda de um dos países mais acostumados à direita da Europa só iria perder força na metade da década de 80, juntamente com a saída dos militares do poder. Com a subida do Partido Social Democrata (PSD, de centro-direita) ao controle do Parlamento em 1985, e a posterior eleição do socialista Soares para a presidência em 1986, o país ao mesmo tempo se livrava dos homens fardados e encontrava um equilíbrio político que se mostraria extremamente benéfico. A estabilidade entre direita e esquerda coincidia com a estabilidade democrática. Não por acaso, foi neste momento que Portugal aderiu à Comunidade Econômica Européia (atual União Européia), e viu sua economia dar aquele que talvez tenha sido o maior salto de sua história.


Confira vídeo do Jornal da Record – A descoberta de Portugal – Parte 4]



Privatizadas para acompanhar a transformação, as grandes empresas portuguesas tornaram-se influentes no cenário político. E a classe política não ficou imune a denúncias de favorecimento e corrupção na primeira década do século XXI. O respeito da população para com seus políticos têm caído nos últimos anos.

No entanto, o equilíbrio alcançado pelos portugueses ao domarem a Revolução dos Cravos é, até hoje, a principal característica de sua política, de seu governo pluralista. Ao analisar o fenômeno português, o inglês Kenneth Maxwell, historiador da Universidade Harvard e especialista em Península Ibérica e América Latina, afirmou que o triunfo dos moderados em Portugal foi um precedente para as transições do autoritarismo à democracia verificadas em fins dos anos 80 na América Latina e no Leste Europeu. Noutras palavras, o movimento português de 1974 e suas decorrências culminaram em uma direção que ajuda a compreender a nova ordem que, anos depois, se instalaria na Europa e fora dela – inclusive no Brasil.


Confira vídeo do Jornal da Record – A descoberta de Portugal – Parte 5




Geografia


• Área: 91.985 km²
• Hora local: + 3 horas em relação ao horário de Brasília
• Clima: mediterrâneo (ao sul) e temperado oceânico (ao norte)
• Capital: Lisboa
• Cidades: Lisboa (565 mil habitantes), Porto (263 mil), Coimbra (168 mil), Amadora (151 mil), Braga (112 mil) (dados de 2001)

População

• 10,5 milhões de habitantes (2006)
• Nacionalidade: portuguesa
• Composição: portugueses 99,5%, africanos 0,5 (1996)
• Idioma: português (oficial)
• Religião: cristianismo 95,6% (católicos 90,3%, outros 5,3% - dupla filiação 3,6%), sem religião e ateísmo 6,7%, outras 1,1% (2005)

Governo

• República com forma mista de governo
• Div. administrativa: 18 distritos (Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu) e 2 regiões autônomas (Açores e Madeira)
• Presidente: Aníbal Cavaco Silva (PSD) (desde 2006)
• Primeiro-ministro: José Sócrates (PS) (desde 2005)
• Partidos políticos: Social-Democrata (PSD), Partido Socialista (PS), Partido Popular (PP), Partido Comunista Português (PCP), Ecologista Os Verdes (PEV)
• Legislativo: unicameral – Assembléia, com mínimo de 180 membros e máximo de 230
• Constituição: 1976

Confira vídeo do Jornal da Record – A descoberta de Portugal – Parte 6



Economia

• Moeda: euro (substitui o escudo português, que deixou de circular em 2002)
• PIB: US$ 167,7 bilhões (2004)

Defesa

• Exército: 26.700 militares; Marinha: 10.900;
Aeronáutica 7.200 (2004)
• Gastos: US$ 3,2 bilhões (2003)

Embaixada

• Tel.: (61) 3032-9600, fax (61) 3032-9642 - Brasília (DF)
• e-mail: embaixadadeportugal@embaixadadeportugal.org.br
• Site na internet: http://www.embaixadadeportugal.org.br/index.php

Fontes: Almanaque Abril e Instituto Nacional de Estatística de Portugal

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