Se no passado o Brasil exportava mão de obra para todo o mundo, agora as coisas estão mudando e o número de trabalhadores estrangeiros no país cresceu 57% no ano passado, chegando a 1,51 milhão em dezembro, segundo estatísticas do Ministério de Justiça.
O principal fator para esse salto no número de imigrantes legais foi a chegada de trabalhadores de países vizinhos. Desde 2009, triplicou o número de imigrantes peruanos legais. O de paraguaios e bolivianos cresceu mais de 70% . Comunidades com presença antiga no país, como japoneses e europeus, têm crescido mais lentamente, mesmo assim, entre os portugueses o aumento no período de 2008 (ano que eclodiu a crise no mundo todo) para 2011 foi de 135%; entre italianos, 75% e, entre espanhóis, foi de 67%.
Os portugueses são os campeões em número de estrangeiros regularizados no Brasil: só em 2011, foram legalizados 277.779, quase um quinto de todos imigrantes no país. Italianos e espanhóis, outras vítimas da turbulência financeira do Velho Continente, também figuram entre os cinco povos que mais obtiveram regularizações, sendo que metade deles está em São Paulo.
Confira vídeo do Repórter Rio: Mão de Obra Estrangeira no Brasil
Enquanto os imigrantes originários de países europeus em sua maioria possuem qualificação e nível superior, os imigrantes dos países vizinhos em geral têm baixa escolaridade e pouca qualificação. Bolivianos trabalham em oficinas de costura e como empregados domésticos; peruanos atuam como ambulantes e operários na construção. Portugueses e espanhóis ocupam postos gerenciais ou trabalham como arquitetos, engenheiros e advogados.
O número de latinos-americanos legais no país aumentou por três motivos: boom econômico brasileiro, acordo de residência do MERCOSUL e anistia – os dois últimos de 2009. O acordo autoriza cidadãos do MERCOSUL, da Bolívia e do Chile a entrar sem visto no Brasil, somente com registro na Polícia Federal e a pedir residência temporária.
O acordo deve ser estendido para Peru e Equador – falta a aprovação do Congresso. A anistia de 2009 deu a 45 mil imigrantes ilegais residência provisória e 18 mil já conseguiram obter residência permanente depois de dois anos.
Confira video do Jornal da Band: Mercado Financeiro Brasileiro atrai mão de obra estrangeira
Apesar do grande aumento na presença de latinos no Brasil, europeus e japoneses ainda são as maiores comunidades, porque historicamente foram os maiores grupos de imigrantes. Houve entrada de 4,4 milhões entre o fim do século 19 e os primeiros 40 anos do século 20.
Hoje, os portugueses ainda são o maior grupo, seguidos de japoneses e italianos. Bolivianos estão em quarto lugar – mas boa parte dos latinos está ilegal, portanto não entra nas estatísticas.
Os números do governo incluem os estrangeiros que estão legalmente no país, com autorizações de trabalho e vistos de residência. ONGs e o governo estimam que haja 60 mil a 300 mil estrangeiros ilegais no Brasil – na maioria latino-americanos, chineses e africanos. Além deles, há 4.477 refugiados.
Confira vídeo de NBR Notícias: Mais de 70 mil estrangeiros trabalharam legalmente no Brasil em 2011
CAMPEÕES EM LEGALIZAÇÃO NO PAÍS EM 2011:
• Portugueses 277.779
• Japoneses 92.429
• Italianos 72.700
• Bolivianos 62.563
• Espanhóis 60.078
AS 12 NAÇÕES QUE MAIS RECEBERAM AUTORIZAÇÕES NO ESTADO DE SÃO PAULO EM 2011:
* EUA 4.565
* Filipinas 4.228
* Índia 2.447
* Indonésia 2.237
* Alemanha 2.043
* Reino Unido 1.463
* Japão 1.426
* China 1.399
* Itália 1.247
* França 944
* Portugal 774
* Espanha 733
Fontes: Jornal Folha de São Paulo de 5 de fevereiro de 2012 e Revista da Folha de São Paulo de 19 de março de 2012
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