Sou itálo-brasileiro com dupla cidadania e a minha familia –LEMELA – é originaria de COSENZA, também conhecida como a terra dos “Bruzios” e uma cidade italiana de apenas 70 mil habitantes, porém capital da Provincia do mesmo nome na Calabria, ao sul da Itália.
COSENZA, a capital da província mais ao norte da Calábria, uma das mais antigas da região e centro de uma aglomeração com cerca de 270 mil habitantes. Faz fronteira a norte com a Basilicata (província de Potenza e província de Matera), a este com o Mar Jónico, a sul com província de Crotone e província de Catanzaro e a oeste com Mar Tirreno.
A cidade ocupa uma área de 237,2 km ², a partir do nível do mar e a uma altura de 238 m.
A CALABRIA é uma região do sul da Itália que ocupa o “dedo” da península itálica ao sul de Nápoles. Tem 2,09 milhões de habitantes, 15.079 km² e sua capital é Catanzaro. Tem limites ao norte com a Basilicata, a oeste com Mar Tirreno, ao leste com o Mar Jônico. A Calábria é separada da Sicília pelo Estreito de Messina. Suas provincias são: Cosenza, Catanzaro, Crotone, Reggio Calabrio e Vibo Valentia.
Confira vídeo com fotos “città di Cosenza"
HISTÓRIA:
A origem da cidade de Cosenza data do século IV AC, quando toda a área do Vale da cratera foi considerada estratégica para o povo de Bruzio , que a transformou em capital, dando-lhe o nome de Cosentia. A cidade desenvolveu-se rapidamente e se tornou a capital de um vasto território, controlador de quase todas as cidades da Magna Grécia Calabria, que uma após a outra caiu sob os ataques constantes dos Bruzios.
A localização estratégica da cidade deu coragem aos Bruzios para enfrentar e se defender por muito tempo da dominação do Império Romano, mas finalmente eles conseguiram subjugar a cidade e todo o seu povo. Sob o reinado do imperador Augusto, Cosenza teve imensa prosperidade, até a chegada de Alaric, rei dos visigodos, que após o saque de Roma, morre em Cosenza e foi enterrado sob o Rio Busento em 410 D.C.
Na Idade medieval viveu um novo período próspero (nos séculos VIII e IX), quando primeiro a cidade esteve sob o domínio dos lombardos, em 568 D.C., e depois dos bizantinos (526 D.C.).
Em 560, o novo e enérgico rei lombardo Alboíno derrotou os vizinhos gépidas, os fez seus súditos e, em 566, casou sua filha Rosamund com o rei Cunimond. Na primavera de 568, Alboíno liderou os lombardos junto com outros povos germânicos, bávaros, gépidas, saxões e búlgaros, através dos Alpes, com uma população de 400.000 a 500.000 pessoas, para invadir o norte da península Itálica, derrotando os bizantinos e fundando o Reino Lombardo.
Violentamente disputada entre sarracenos e os lombardos, a cidade foi quase destruída e reconstruída em 988 D.C. Durante o período dos Normandos, a cidade teve a coragem de se rebelar em várias ocasiões, mas nunca alcançou grande sucesso, tornando-se mais tarde o ducado da Suábia e uma das cidades favoritas do imperador Frederico II da Germania, que muito ajudou a cidade economicamente e culturalmente. Durante o período de Angevin a cidade foi cena de banditismo generalizado e um período de miséria profunda. Depois de quase um século o rei Luís III do Condado de Anjou, mais tarde o primeiro rei angevino da Sicília e Sul da Itália, que com a sua esposa decidiram permanecer no castelo dando à cidade o título de centro do Ducado da Calabria.
No século XIV, a península Itálica foi campo de batalha para os franceses, os aragoneses e os suíços. No final do século XV, a Itália foi invadida pela França e, mais tarde, pelo imperador Carlos V, que subjugou a maior parte do território em 1550. A França, pelo Tratado de Cateau-Cambrésis, renunciou às suas pretensões à parte transalpina (1559), e os aragoneses, herdeiros de Carlos V na Itália, dominaram o sul da península durante dois séculos.
Durante o período aragonês a cidade se tornou a capital da Calábria Citra Naethum. Nessa época foi conquistada pelos espanhóis e tornou-se um dos centros mais ativos da cultura do sul. O século XVI assistiu um florescimento de Cosenza impressionante, marcado pelo renascimento humanista e intelectual, de modo que era chamada de Atenas da Calabria. O desenvolvimento econômico e a riqueza da Itália permitiram um grande desenvolvimento cultural e artístico, conhecido como Renascimento, que se irradiou pela Europa.
O domínio espanhol e austríaco (séculos XVII-XVIII), o desmembramento extremo do país e o deslocamento das vias marítimas em detrimento do Mediterrâneo provocaram o declínio econômico da península, centro da Contra-Reforma. Pouco a pouco, as velhas cidades perderam sua influência em proveito do Reino da Sardenha (casa de Saboia).
Seguindo houve a dominação austríaca até a guerra entre os Bourbons do império espanhol, que a conquistaram.
Entre 1820 e 1821, conspirações de sociedades secretas (carbonários) contra o retorno do absolutismo, duramente reprimidas. Entre 1831 e 1833, eclodiram novas revoltas, inspiradas pelo republicano Mazzini, fundador do movimento Jovem Itália.
As insurreições liberais e nacionais não obtiveram resultado em 1820, 1831 e 1848. As novas forças do Risorgimento criaram esperanças de independência dos governos austríaco e francês. O Reino da Sardenha (com Carlos Alberto e, mais tarde, Vítor Emanuel II e seu ministro Cavour) assumiu a sua liderança e obteve o apoio da França. Em 1859, as tropas franco-sardas derrotaram a Áustria (campanha da Itália), que foi obrigada a deixar a Lombardia. Em 1860, a França recuperou Nice e a Saboia. A união dessas regiões com o Piemonte deu origem a movimentos revolucionários na Itália central e no Reino de Nápoles, conquistado por Garibaldi (general e herói italiano). Em 1861, houve a proclamação do reino da Itália, tendo Vítor Emanuel como soberano e Turim (substituída por Florença a partir de 1865) como capital. Em 1866, o reino ampliou-se com a inclusão do Vêneto, graças à ajuda prussiana. A unificação completa do país, entretanto, foi concluída apenas em 20 de setembro de 1870, quando Roma foi conquistada, tornando-se a capital. Em consequência da unificação, a Itália desenvolveu amplamente seus recursos econômicos e militares.
Durante o Risorgimento, em Cosenza, se manifestaram movimentos liberais e patriotas, quando no dia 15 de março de 1844 depois de uma amarga luta armada contra os Bourbons, houve a retomada do poder. Após Cosenza participou de muitos eventos do Risorgimento, inclusive as guerras de unificação da Itália, quando meu bisavô tornou-se amigo de Garibaldi, sendo convencido por este e sua esposa, Anita Garibaldi, a imigrar para o Brasil, fugindo de perseguições politícas.
Confira vídeo com fotos “Immagini della provincia di Cosenza"
No início do século XX começou o desenvolvimento da cidade, graças ao trabalho de liberais como Thomas Arnone, que mais tarde colaborou com o regime fascista. O estímulo de novas atividades nos bairros existentes e a criação de novos distritos foram decisivos para a revitalização da cidade. Mesmo a cidade se mostrando favorável aos fascistas e os slogans políticos do Duce, Cosenza foi bombardeada durante a guerra de forma consistente e em 1943, com o fim da guerra, viu-se reduzida a duras condições sócio-econômicas.
Com o boom econômico da Europa após a Comunidade Econômica Européia (CEE) - atual União Européia, começou uma rápida recuperação financeira em Cosenza, graças a uma expansão de sólida construção e planejamento. A ação administrativa foi caracterizado pela política do Partido Democrata Cristão e um governo de centro-esquerda. A população aumentou e chegou a 110.000 habitantes em 1981, mas depois foi reduzindo até a chegar ao número atual. Bairros residenciais enormes foram constuidos, surgindo também o fenômeno da exclusão social, com em outras cidades do sul da Itália.
Apesar da cidade de Cosenza ter chegado a um teto de cerca de 110.000 habitantes no censo de 1981, durante as últimas três décadas tem sofrido o fenômeno da desurbanização em benefício de municípios contíguos como Rende (33,07% a mais que em 1981), Castrolibero (+ 40%), Mendicino (74,62%), Montalto Uffugo (51%), Marano Principato (129,72%), etc. No intervalo de apenas 30 anos perdeu cerca de 40.000 habitantes, um decréscimo de 34,26 %. Este processo causado principalmente pela expansão da cidade para o norte e uma busca de melhor qualidade de vida longe do caos da cidade, junto com o desenvolvimento urbano envolvente, levou à criação da área urbana integrada de cerca de 260.000 habitantes, uma policêntrica forma de aglomeração em que se encontram elementos de continuidade física, planejamento, cultural e social. Há uma manifesta desproporção entre o peso demográfico da cidade principal e do tamanho real da área urbana. Quase um em cada dois natos de Cosenza não tem residência no município e mora nas cidades vizinhas.
Confira vídeo “turismo in Calabria"
Fonte: http://www.comune.cosenza.it/Pagine/Default.aspx
http://viagenslacoste.blogspot.com/2011/03/cosenza-fotos-soltas.html
http://www.flickr.com/photos/remozolli/2340732384/
http://www.pippogatto.it/cosenza/cosenza_eng.html
Wikipédia italiana
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Estou escrevendo sobre Cosenza tambem, moro atualmente la , estou no Brasil de ferias , vc conhece muitos brasileiros ali? Eu nao conheci quase ninguem ainda , gostaria de fazer amizade e trocar experiencias . Beijos e parabens pelo blog!
ResponderExcluirInfelizmente não conheço ninguém, não sobrou algum parente LEMELA para contar a história (risos), mas como tenho passaporte italiano, minha inscrição eleitoral é por Cosenza, então, acabo amando-a, mesmo sem conhecê-la ou ter qualquer parente por ai.
ExcluirBom dia, meu nome é Igarí, e meu filho está tentando tirar o passaporte italiano (mora no Brasil), e está faltando somente a certidão do tataravô que é nascido em Vicenza, nome Daniele Gallo; não conseguimos com a família nenhuma data. Será que é possível vc conseguir, por favor, nome de algum cartório, email, qualquer coisa, ou a certidão? O que você precisar pagar nós lhe enviamos.
ExcluirFicaria muita agradecida
Abçs
Igarí
Olá,
ResponderExcluircomo vi que conhece bem Cosenza talvez possa me ajudar. Estamos indo em outubro próximo para lá e estou comprando trem para Roma e aparece como opção de saída Cosenza, Cosenza Centro e Cosenza Casali, saberia me dizer onde fica melhor?
Obrigada,
Ana
PARABÉNS PELO BLOG. MEU AVÔ, DA FAMÍLIA BIASE, NASCEU EM COSENZA EM 1884 E VEIO PARA O BRASIL (RIO DE JANEIRO) EM 1900.
ResponderExcluirINFELIZMENTE NÃO CONSEGUI A CIDADANIA ITALIANA, POIS O ANO EM NASCI, 1942, A LEI NÃO PERMITIA, POIS TERIA QUE SER DESCENDENTE DE FILHO E NÃO DE FILHA (MINHA MÃE). LASTIMÁVEL. ALBANO