quinta-feira, 28 de abril de 2011

A OBESIDADE TORNA-SE PREOCUPANTE NO BRASIL

Um levantamento divulgado dia 18/04/11 pelo Ministério da Saúde mostra que quase metade (48,1%) da população brasileira adulta está acima do peso e que 15% dos brasileiros são obesos. Há cinco anos, a proporção era de 42,7% para excesso de peso e 11,4% para obesidade.

A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel Brasil 2010) indica que mais da metade (52,1%) dos homens está acima do peso. Entre as mulheres, a taxa é de 44,3%. Em 2006, os índices eram de 47,2% e 38,5%, respectivamente.

Caso o Brasil mantenha os atuais índices, deverá alcançar em 13 anos os níveis de sobrepeso e obesidade registrados nos Estados Unidos.

A OBESIDADE é uma doença crônica multifatorial, na qual a reserva natural de gordura aumenta até o ponto em que passa a estar associada a certos problemas de saúde ou ao aumento da taxa de mortalidade. É resultado do balanço energético positivo, ou seja, a ingestão alimentar é superior ao gasto energético.

Apesar de se tratar de uma condição clínica individual, é vista, cada vez mais, como um sério e crescente problema de saúde pública: o excesso de peso predispõe o organismo a uma série de doenças, em particular doença cardiovascular, diabetes mellitus tipo 2, apnéia do sono e osteoartrite.

A OBESIDADE é normalmente definida como a condição de pesar 20% ou mais acima do peso ideal. O peso ideal para a sua altura e sexo pode ser verificado numa tabela de peso. Quarenta por cento dos americanos são obesos, 30% dos homens e 40% das mulheres entre 40 e 49 anos estão, no mínimo, 20% acima do seu peso ideal. A obesidade aumenta de acordo com a idade das pessoas.

A obesidade é uma condição séria porque aumenta o risco de incidência de doenças graves tais como:

- Derrame cerebral
- Doenças cardíacas
- Diabetes
- Apnéia do Sono
- Alguns tipos de câncer tais como de cólon, de mama e de útero
- Osteoartrite (dificuldade de movimentação e dor nas juntas que podem aparecer na velhice)


A obesidade dificulta a realização de um bom exame através de raios-X, outros tipos de exames minuciosos e cirurgias .

Confira vídeo do GLOBO REPÓRTER de 11/03/11 – EPIDEMIA DE OBESIDADE – Parte 1/5



COMO OCORRE:

As causas da obesidade não são claras, e comer demais nem sempre é a causa. A quantidade de energia (calorias) que o organismo necessita quando está em repouso pode ser importante. Obtém-se energia através dos alimentos ingeridos e a energia não utilizada é armazenada na forma de gordura. Pessoas obesas podem despender menos energia quando em repouso do que as não obesas e também queimam menos calorias porque é mais difícil serem fisicamente ativas.

Os genes herdados dos pais podem afetar o peso. Crianças com pais obesos têm dez vezes mais chances de se tornarem obesas do que aquelas cujos pais não o são. Hábitos alimentares não-saudáveis também podem ser outra causa de obesidade.

Raramente desequilíbrio hormonal causa obesidade.

COMO É DIAGNOSTICADA:

O médico irá verificar o peso, examinar e fazer perguntas sobre sua história clínica. Seu sangue poderá ser examinado para medir as taxas de glicose, colesterol e triglicérides.

Se houver suspeita de hipotireoidismo, um exame de estímulo ao hormônio da tireóide poderá ser feito. O hipotireoidismo é o estado do organismo no qual a tireóide não produz de forma satisfatória o hormônio que controla a quantidade de energia que o organismo utiliza.

Confira vídeo do GLOBO REPÓRTER de 11/03/11 – EPIDEMIA DE OBESIDADE – Parte 2/5



TRATAMENTOS:

O principal tratamento para a obesidade é a redução da gordura corporal por meio de adequação da dieta e aumento do exercício físico. Programas de dieta e exercício produzem perda media de aproximadamente 8% da massa total (excluindo os que não concluem os programas). Nem todos ficam satisfeitos com esses resultados, mas até a perda de 5% da massa pode contribuir significativamente para a saúde. Mais difícil do que perder peso, é manter o peso reduzido. Entre 85% e 95 %, daqueles que perdem 10% ou mais de sua massa corporal, recuperam todo o peso perdido em dois a cinco anos. O corpo tem sistemas que mantêm sua homeostase em certos pontos fixos, incluindo peso. Existem seis recomendações para o tratamento clínico da obesidade:

1. Pessoas com IMC acima de 30 devem ser iniciadas num programa de dieta de redução calórica, exercício e outras intervenções comportamentais e estabelecer objetivos realístas de perda de peso.

2. Se os objetivos não forem alcançados, terapia farmacêutica pode ser oferecida. O paciente deve ser informado da possibilidade de efeitos colaterais e da inexistência de dados sobre a segurança e eficácia de tais medicamentos no longo prazo.

3. Terapia farmacêutica pode incluir sibutramina, orlistat, fentermina, dietilpropiona, fluoxetina e bupropiona. Para casos mais severos de obesidade, medicamentos mais fortes como anfetaminas e metanfetaminas podem ser usadas seletivamente(somente após consulta prévia ao seu medico responsável).

4. Pacientes com IMC acima de 40 que não alcançam seus objetivos de perda de peso (com ou sem medicamentos) e que desenvolvem outras condições derivadas da obesidade, podem receber indicação para realizarem cirurgia bariátrica. O paciente deve ser informado dos riscos e potenciais complicações.

5. Nesses casos, a cirurgia deve ser realizada em centros que realizam grande número desses procedimentos já que as evidências indicam que pacientes de cirurgiões que os realizam com frequência tendem a ter menos complicações no pós-cirúrgico.

6. Medicina tradicional chinesa , a qual recorrendo a técnicas naturais milenares procura reequilibrar os elementos físicos. A Medicina Chinesa procura combater a obesidade em conjunto com a adoção de uma dieta equilibrada e saudável.

Um primeiro passo importante é a avaliação da dieta. Para ajudá-lo a perder peso, sua dieta deverá conter menos calorias do que o seu corpo precisa para manter o seu peso ideal. Um nutricionista prescreverá uma dieta e que contenha menos calorias mas que seja saudável e que permita a perda de peso com segurança. Sua dieta deverá proporcionar a perda de 0,5 a 1 Kg por semana. Não siga dietas rápidas e fantásticas ou tome drogas que inibam seu apetite.

Você aprenderá a mudar seu modo de agir. Por exemplo, algumas pessoas comem para obterem alívio dos problemas emocionais. Se você tiver problemas emocionais sérios, seu médico o encaminhará a um terapeuta pois, conseguindo lidar com seus problemas psicológicos e emocionais, seu programa de redução de peso será um sucesso.

Atividade física é importante para um programa de redução de peso bem-sucedido. Uma vez que consiga reduzir seu peso, exercícios físicos ajudam a mantê-lo. Ter um total de 30 minutos de atividade física algumas vezes por semana diminuirá sua pressão sanguínea, seus batimentos cardíacos e sua taxa de açúcar no sangue. Atividades físicas regulares aumentam a velocidade do metabolismo, o que significa que seu organismo queima mais calorias ainda que esteja dormindo.

Se não estiver preparado para uma mudança na sua dieta, o primeiro passo no seu programa de perda ou manutenção de peso pode ser somente a atividade física. A sensação de bem-estar que terá se exercitando deverá motivá-lo a escolher alimentos mais saudáveis.

Atividade física pode incluir caminhadas, corridas, nadatação, fazer ginástica aeróbica ou um programa de "step". Quase toda a atividade que envolva esforço de leve a moderado é boa. Diga ao seu médico como planeja se exercitar pois, se você tiver alguma restrição física ele o ajudará a encontrar alternativas de exercícios.


Confira vídeo do GLOBO REPÓRTER de 11/03/11 – EPIDEMIA DE OBESIDADE – Parte 3/5




OBESIDADE MÓRBIDA:

A obesidade torna-se "mórbida" quando atinge o ponto de aumentar, significativamente, o risco de uma ou mais condições ou doenças graves relacionadas à obesidade (também conhecidas como co-morbidades), que resultam em deficiência física significativa ou até morte.

Em geral, a Obesidade Mórbida é definida da seguinte maneira: 50 Kg ou mais acima do peso corporal ideal ou ter um Índice de Massa Corporal (IMC) igual a 40 ou mais.

De acordo com o Relatório de Consenso dos Institutos Nacionais de Saúde, a Obesidade Mórbida é uma doença grave e deve ser tratada como tal; é uma doença crônica, o que significa que seus sintomas desenvolvem-se lentamente durante um longo período de tempo.

DOENÇA CRÒNICA MULTIFATORIAL:

Obesidade Mórbida é uma doença crônica multifatorial, geneticamente relacionada com o aumento significante de co-morbidades clínicas, psicológicas, sociais, físicas e econômicas.

Clinicamente é uma doença que armazena energia sob a forma de gordura (IFSO).


DEFINICAÇÃO E PREVALÊNCIA:

A Obesidade Mórbida é uma doença grave, associada a uma elevada incidência de complicações, tendo como conseqüência principal a redução significativa do limite de vida.

A Obesidade Mórbida é a segunda causa de morte evitável no mundo, perdendo apenas para os acidentes automobilísticos.

Nos EUA uma pessoa em cada quatro pesa 20% a mais do que seu peso ideal e uma a cada vinte pessoas é Obesa Mórbida.

Estatisticamente nos EUA morrem mais de 300 mil pessoas por ano em decorrência da obesidade.


A Obesidade Mórbida é fator de risco para o aparecimento das chamadas co-morbidades (doenças causadas pela obesidade).

É de igual importância as conseqüências psicológicas e sócio-econômicas da Obesidade Mórbida.

Dois estudos mostram que a obesidade pode comprometer a fertilidade de homens e mulheres. Segundo os estudos, entre os homens com IMC superior a 25, a redução na concentração de espermatozóides no sêmen é de 24% e entre as mulheres com IMC superior a 25, a redução na taxa de gravidez é de 30%.

Sabemos que em até 95% dos casos o tratamento clínico e a modificação dos hábitos alimentares fracassam em 5 anos.

CIRURGIA DE OBESIDADE:

A Cirurgia da Obesidade, procedimento já realizado desde a década de 50, é atualmente o único tratamento efetivo na Obesidade Mórbida, reduzindo as co-morbidades a longo prazo e aumentando assim a expectativa de vida.

Estima-se hoje que nosso país possua 4 milhões de Obesos Mórbidos, aproximadamente 4% da população segundo a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade.

30% das causas de morte no Brasil estão associadas à obesidade e a doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos. Em termos de prevalência, o problema já é maior do que a fome.

1.500 brasileiros optam pela Cirurgia da Obesidade anualmente. Perder 10% do peso já reflete melhoras à saúde.

Confira vídeo do GLOBO REPÓRTER de 11/03/11 – EPIDEMIA DE OBESIDADE – Parte 4/5



OBESIDADE NA INFÂNCIA:

O número de crianças obesas tem crescido nos últimos anos e os pais precisam alertar para as consequências danosas provocadas pela obesidade infantil. É preciso alertar para o fato de que é em torno dos dois anos e meio que se definem o número de células gordurosas de uma pessoa adulta. Por exemplo, uma criança com excesso de peso possui um maior número de células gordurosas que uma criança com peso normal e, na fase adulta, aquele que tiver um maior número de células gordurosas terá uma maior dificuldade em se manter magro, pois essas células, por serem numerosas, deverão conter pouca gordura dentro delas. Por outro lado, aquele que possuir um menor número de células gordurosas, mesmo que em uma determinada época da vida venha a engoradar, não será um indivíduo obeso, uma vez que possui poucas células que armazenam gordura.

Sem controle, a obesidade infantil pode ser fatal. É um mal que provoca, ainda na infância, problemas de coluna, nas articulações, fere a auto-estima e leva à rejeição social. Ao atingir a fase adulta pode surgir diabetes e, segundo estudos realizados no mundo inteiro, a obesidade também está ligada a vários fatores de risco para doenças do coração como: hipertensão arterial, colesterol e triglicerídeos elevados entre outros.

ATEROSCLEROSE COMEÇA NA INFÂNCIA:

A aterosclerose é uma doença lentamente progressiva que se inicia na infância, mas não se manifesta até a idade adulta ou meia idade. Nas artérias de uma criança de dez anos de idade já podem ser observadas estrias gordurosas que podem, na idade adulta, progredir até uma placa gordurosa endurecida que, por sua vez, pode levar a uma lesão mais grave comprometendo o fluxo de sangue naquela artéria, ocasionando: infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral ("derrame", isquemia), gangrena das extremidades (pés) e aneurismas, a depender da localização da artéria comprometida.

SEDENTARISMO: A FALTA DE DISCIPLINA

A vida moderna tem criado condições para o desenvolvimento de obesidade em crianças na medida em que, os pais impedem seus filhos de saírem de casa por causa da violência nas ruas. Desta forma, as crianças não podem correr nas praças, andar de bicicleta e participar de outras brincadeiras de criança, ou seja, não queimam calorias. As crianças ficam em casa, dentro de seus quartos, sentadas ou deitadas na cama, jogam video-game, navegam pela internet, assistem vídeos ou estão ligadas nos canais da TV.

Uma pesquisa revelou que 26% das crianças americanas, numa amostra de 4000 crianças estudadas entre 8 e 16 anos, passava 4 ou mais horas em frente à televisão diariamente. Esta pesquisa relacionou o hábito de ver TV com a obesidade infantil.
É necessário que os pais monitorem melhor as atividades de seus filhos, impondo horários para se dedicarem às diversas atividades, inclusive à prática de esportes.

COMO CUIDAR ?

Especialistas afirmam que a obesidade infantil pode ser revertida se forem adotadas algumas estratégias:

CORTAR CALORIAS NAS REFEIÇÕES - os pais não devem superalimentar seus filhos à mesa. Se o cardápio é sempre muito calórico, talvez seja hora de repensar os hábitos alimentares da família em benefício da criança. Estudos comprovaram que os hábitos alimentares dos pais contribuem para o desenvolvimento da obesidade em crianças em idade escolar.

LIMITAR OS LANCHINHOS - os pais não devem forçar seus filhos a comerem frutas e vegetais, ao invés disso, eles devem limitar a oferta de "guloseimas" em seus armários. A criança dificilmente aceitará frutas ao ter biscoitos e outras massas ao seu alcance.

LIMITAR FAST-FOODS - os pais devem reduzir gradativamente as saídas para lanchonetes e outros fast-foods.

INTRODUZIR ATIVIDADES FÍSICAS - a atividade física é indispensável para a criança queimar calorias reduzindo seu excesso de gordura.

REDUÇÃO DE TEMPO DE TV E NA FRENTE DOS COMPUTADORES - Estudos têm mostrado a relação direta entre assistir TV, passar horas na frente dos computadores e a obesidade infantil.

AMAMENTAÇÃO - bebês que mamam no peito têm menor risco de se tornarem obesos.

Confira vídeo do GLOBO REPÓRTER de 11/03/11 – EPIDEMIA DE OBESIDADE – Parte 5/5



FONTES: Wikipédia

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Um comentário:

  1. Oi, Beto.
    Muito bom este texto sobre obesidade.
    As pessoas, infelizmente, olham para a obesidade pelo lado estético e não como resultado de descompensações ou desequilíbrios alimentares ou outros fatores.
    Muitas pessoas vão à academia e fazem as modalidades de exercícios os quais não sentem afinidades, o ideal seria fazer exercícios prazerosos, unindo o útil ao agradável.Realizar a modalidade como se estivesse praticando o esporte de sua preferência.
    Como disse, há que se verificar a causa do aumento do peso corporal.
    Temos que passar sempre por uma avaliação médica, para combater a causa específica.
    Na maioria das vezes, nós mesmos já a sabemos.
    Não temos disciplina com nossa alimentação(comemos fora do horário e, com fome, comemos tudo de uma vez), não respeitamos nosso corpo.
    Não observamos essas regras básicas, depois, corremos atrás dos prejuízos.(incluo-me neste comentário).Um abraço.Odete.

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